Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, v.1, n.1 - I Congresso Nacional de Educação Matemática da Grande Dourados

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CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENAS DE MATEMÁTICA
Maria Aparecida Mendes de Oliveira, Heiracles Mariano Dias Batista

Última alteração: 2018-09-08

Resumo


Este texto é resultado da reflexão sobre o trabalho que temos realizado, há quatro anos, no desenvolvimento componente curricular Estágio Supervisionado em Matemática I e II que ofertamos no curso no curso de licenciatura intercultural Indígena– Teko Arandu da Faculdade Intercultural Indígena da UFGD. Tem como objetivo apontar os efeitos do estágio supervisionado na formação inicial de professores indígenas, considerando a perspectiva da pedagogia alternância e da interculturalidade presentes neste processo de formação. Esta licenciatura habilita professores indígenas Guarani e Kaiowá, para aturarem nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio e, dentre as diferentes áreas de formação ofertadas, a Matemática constitui-se numa das habilitações deste curso. O curso atende, em sua maioria, alunos que já trazem para a formação inicial experiências de atuação profissional, como docentes em escolas indígenas, nas suas comunidades. As experiências que trazem são em modalidade de ensino diferente da que objetiva o curso. A maioria atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Neste contexto qual o papel do estágio na formação destes professor indígenas para atuarem em uma escola bilíngue e intercultural? Quais experiências os alunos vivenciam neste momento de sua formação? São algumas questões que permeiam esta reflexão. As atividades de estágio, desenvolvidas no componente curricular, são normalmente realizados no ensino regular. Ora nas escolas indígenas onde poucos professores, que atuam nos níveis de ensino para o qual o curso habilita, são indígenas. Ora em escolas não indígenas, na cidade, para onde as crianças indígenas se deslocam para continuar seus estudos. Estes alunos se deparam com diferentes configurações do campo de estágio. Esta configuração do campo de estágio é diferenciada, não só por tratar de contexto cultural das escolas indígenas, mas também do Estágio Supervisionado desenvolvido na pedagogia da alternância, visto que esta é a perspectiva teórica e organizacional em que o curso se alicerça. Verifica-se que regulamento de estágio, bem como os referenciais curriculares para a formação de professores indígenas apontam diferentes possibilidades para esta etapa de formação, que incluem experiências educacionais não escolares. Os relatos dos alunos durante seminários da disciplina, mostram as expectativas, desafios para atuarem em uma escola com uma organização não indígena, bem como as aprendizagens desenvolvidas. O que se evidencia nestes relatos, tanto no seminários de estágio que acontecem no coletivo em sala de aula, quanto em seus relatórios, são as diferentes impressões de alunos que realizam o estágio na cidade e dos que realizam o estágio na aldeia. Percebemos, em nossas reflexões que as experiências de trabalho no campo de atuação destes profissionais acontecem não apenas nos componentes de estágio, mas tem início nas atividades desenvolvidas na pedagogia da alternância.

Palavras-chaves: Estágio Supervisionado em Matemática; Formação de Professores Indígenas; educação intercultural; pedagogia da alternância.