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O presente trabalho motivou-se pelo fato de muitas vezes, no Brasil, as propostas didático-metodológicas para o ensino da Álgebra, quando do seu início, no Ensino Fundamental, não se desenvolverem de forma satisfatória, resultando em muitos déficits no que diz respeito à aprendizagem desta temática, conforme apontam relatos cotidianos de inúmeros professores de Matemática e alguns dados do próprio Ministério da Educação (MEC), entre outros órgãos.Assim, objetivou-se analisar empiricamente algumas das possibilidades e potencialidades do desenvolvimento de um trabalho inicial com equações do 2º grau a partir de situações-problemas que envolvessem elementos de  geometria euclidiana, especialmente as áreas das regiões planas. Tal proposta, embasada numa perspectiva sociointeracionista, consolidou-se através da prática docente realizada em turmas do nono ano do Ensino Fundamental, situação na qual, a partir da observação direta e da observação participante, obteve-se os dados contidos nos materiais produzidos pelos alunos. Igualmente foram consideradas algumas falas, que caracterizaram cada um dos encontros, e que foram registrados na forma de anotações diárias do professor e dos alunos. Frente ao trabalho desenvolvido, acredita-se na viabilidade da proposta apresentada, assim como, na importância da busca de alternativas didático-metodológicas que visem dar significado aos processos de ensino eaprendizagem da Álgebra e da Matemática de um modo geral. Assim, evidenciou-se que a realização de um trabalho envolvendo equações do 2º grau, pode, na perspectiva proposta, dar-se inicialmente através da realização de atividades coletivas de investigação, construção e manipulação de materiais concretos ou que representem situações cotidianas. Entre outros aspectos, isso representa uma inversão no trabalho que habitualmente é feito, visto que se propõe inicialmente não a determinação da solução de equações do 2º grau, mas a resolução de situações expressas matematicamente através de tais equações. Além disso, nessa via é indispensável um trabalho prévio, que possibilite o domínio dos conhecimentos geométricos utilizados e o desenvolvimento da habilidade de transcrição, para linguagem algébrica, de situações reais ou expressas em linguagem corrente. Contudo, cabe ressaltar que tal proposta enriquece e dá sentido ao trabalho envolvendo equações do 2º grau, porém não aborda todos os contextos que podem e devem ser exploradas ao trabalhar-se tal temática. Assim, outras situações que não envolvem geometria plana e estudo das áreas, mas cuja resolução se dá através do emprego de tais equações, necessitam ser apresentadas aos alunos como proposta de trabalho. Além disso, evidenciou-se a concretização de uma proposta de trabalho que possibilita o trânsito simultâneo entre os vários ramos do conhecimento matemático, propiciando aos alunos a compreensão da Matemática como um conjunto de saberes inter-relacionados que expressam situações do cotidiano.  Palavras-chave: equação do 2º grau, álgebra, geometria.