Os conhecimentos matemáticos sempre estiveram presentes na cultura dos povos Guarani e Kaiowá, a matemática sempre foi usada por meio das contagem, das operações, também através do tempo e sem perceber também já usava o cálculo de área, pois precisavam medir terras, principalmente para plantações. Sendo assim a presente pesquisa tem como objetivo investigar o ensino de cálculo de área na escola municipal Indígena da aldeia Amambai no estado de Mato Grosso do Sul-MS. Os problemas que foram levantados como: as dificuldades dos alunos em compreender a linguagem matemática, não utilização da língua materna-guarani, a falta de interesse e dentre outros, surgiram de uma inquietação durante o período de observação e regência do estágio supervisionado I, modalidade ensino fundamental nos anos finais na área de Matemática do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena-Teko Arandu, na Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD. Esse estudo se justifica porque na aldeia Amambai a maior parte dos alunos não gostam de matemática e também não entendem o ensino do cálculo de área e por isso acham muito difícil, assim por meio da pesquisa quero mostrar aos alunos a importância de aprender e o quanto a matemática faz parte da comunidade indígena, e que não é difícil, basta aprender de forma significativa e mostrar as suas relações com a cultura. Para atingir o objetivo geral elaboramos os seguintes objetivos específicos: Indagar a metodologia usada para o ensino de cálculo de área; Acompanhar quais os recursos didáticos é utilizado para o ensino de cálculo de área; Investigar o uso da cultura indígena no ensino de cálculo de área. Neste trabalho trataremos apenas da Etnomatemática, apresentando-a como uma tendência metodológica para o ensino de cálculo de área na escola indígena e reconhecendo-a como um programa de pesquisa que tem como objetivo reconhecer e valorizar a matemática não acadêmica mas a praticada por diferentes grupos culturais, além de realizamos uma busca por site, eventos e periódicos sobre o ensino e aprendizagem do cálculo de área e por meio de vários trabalhos como de Souza e Jucá (2014), Facco (2003), Chiumo (1998), Fisher (2011), entre outros, que se dedicaram a investigar essa temática. Os dados foram coletados por meio de perguntas, referentes ao ensino e aprendizagem do cálculo de área, para alunos e professores da escola municipal da aldeia e a valorização dos conhecimentos dos alunos. Concluímos que o ensino na escola indígena da aldeia Amambai ocorre de forma tradicional, os conteúdos não são relacionados à cultura dos alunos e maior dificuldade apresentada pelas professoras entrevistadas é de não dominarem a língua guarani e as professoras dizem que é por não terem conhecimento e acreditam que essa relação seria possível por meio de aulas de campo e o tempo não permite que isso aconteça. A utilização do livro didático nas aulas faz com que o conteúdo se torne mecânico, causando desinteresse pelos alunos e muita dificuldade em entender como se faz o cálculo de área. Esperamos que a partir deste trabalho, possamos refletir sobre o ensino e aprendizagem desse conceito nas comunidades indígenas.

Palavras-chave: Educação Matemática. Cálculo Área. Educação Escolar Indígena.