Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, I Seminário Internacional Etnologia Guarani: diálogos e contribuições

Tamanho da fonte: 
EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: “FAZER FALAR O PAPEL”
Marlene Gomes Leite, Laura Roseli Pael Duarte, Thaiane Coral Fernandes

Última alteração: 2016-10-28

Resumo


Este trabalho tem por objetivo propor uma breve reflexão sobre a educação escolar indígena como um movimento importe de “bricolagem”, onde esse processo tornou-se para as famílias indígenas Guarani e Kaiowá um problema desafiador, surgindo discussões sobre as vantagens, desvantagens e perigos do “fazer falar o papel”. Assim a educação escolar foi entendida por algumas famílias como fonte de diversos saberes, prestígios e poder político dos não indígenas, um instrumento utilizado para entender os saberes não indígenas (BENITES, 2009). A escola que se tornou um espaço político nas aldeias, tem por finalidade responder as necessidades e demanda atual nessa constante caminhada, reforçando os conhecimentos tradicionais (BENITES, 2014). Para tanto pensar a educação escolar, é pensar uma instituição originária dos povos não indígenas. Essa instituição introduzida pelo colonizador branco, por muitas décadas foi instrumento de dominação ideológica e opressão, uma “máquina de fazer brancos” precisamente por não valorizar a cultura e as línguas nativas existentes, impondo valores que não condiz com a realidade tradicional dos povos em questão. Somente a partir da Constituição Federal de 1988 o governo federal brasileiro, pressionado pelo movimento indígena e seus aliados, reconheceu a sociedade nacional como pluricultural, reconhecendo a organização social, os costumes, as línguas, as crenças e as tradições dos povos indígenas. No que tange a educação, ela assegurou que as comunidades indígenas utilizem suas línguas maternas e seus processos próprios de aprendizagem. Nesse sentido contemplo algumas discussões dos professores indígenas no Teko Arandu, além de conversas com os professores da Escola Municipal Mbo’ero Arandu’i, localizada na aldeia Jarara município de Juti, MS, para abordar como se dá o processo educacional nessa localidade e o papel do professor indígena nesse processo, contribuindo para o aprendizado acerca do tema em questão.

Palavras- chave: Educação Escolar Indígena, Constituição Federal de 1988 e Professor Indígena.


Texto completo: Resumo  |  Trabalho Completo