Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, I Seminário Internacional Etnologia Guarani: diálogos e contribuições

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DESAPRENDER 8 HORAS POR DIA: PSICOLOGIA NA SAÚDE INDÍGENA
Catia Paranhos Martins

Última alteração: 2016-10-28

Resumo


Inspirada em "desaprender 8 horas por dia", um fragmento da poesia de Manoel de Barros, aponto considerações e questões sobre os desafios e as (des)aprendizagens necessárias no trabalho da Psicologia com os povos indígenas, principalmente os Guarani e os Kaiowá da região de Dourados - Mato Grosso do Sul. Problematizo as minhas experiências profissionais ao longo de uma década, a saber, como docente da Universidade Federal da Grande Dourados; no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Hospital Universitário da Grande Dourados (ênfase em Saúde Indígena); por diversos pontos da atenção e da gestão no Sistema Único de Saúde (SUS), com destaque para a atuação no Ministério da Saúde, como consultora da Política HumanizaSUS nas atividades em parceria com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). Neste cenário marcado pelo monocultura de grãos, há indicativos de que o empobrecimento não é somente do solo, mas se produz um deserto para as invenções e as expressões dos diferentes modos de ser/estar no mundo. Das Ciências Humanas e Sociais ao campo da Saúde Coletiva, não faltam acúmulos que caracterizam as barbáries e as violações de direitos em que vivem os povos indígenas de Mato Grosso do Sul. Até quando? A que serve o desconhecimento e a invisibilidade dos povos indígenas? Como formar trabalhadores de saúde que respeitem as concepções de corpo, saúde e cuidado dos povos daqui? Como ampliar o compromisso ético com a vida? Considero que a qualificação do SUS e o fortalecimento da saúde como direito de cidadania, em especial na construção de uma saúde que respeite os saberes tradicionais, implica em muitas desaprendizagens. Dentre os inúmeros desafios, é urgente reaprender a viver e construir enfrentamentos coletivos às práticas biopolíticas de medicalização e aprisionamento da vida.

 

PALAVRAS-CHAVE: Sistema Único de Saúde; Saúde indígena; Psicologia Social


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