Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, I Seminário Internacional Etnologia Guarani: diálogos e contribuições

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Dom Quetito e sua família
Adenilda Rocha Vilhalva

Última alteração: 2016-10-25

Resumo


Dom Quetito veio de uma família Vilhalva. Seu pai Alziro Correa Vilhalva e sua mãe dona Adriana Chimenez, segundo informação Dom Quetito e sua família, viviam nos arredores no atual Vila Campestre, algumas de suas famílias trabalhavam como diaristas para proprietários que se estabeleceram nas redondezas. Com o passar do tempo, um proprietário resolveu doar um pedacinho de terra a família do Dom Quetito, com 7 hectares, para construir suas moradias e fazer suas plantações. A família foi crescendo e começaram a construir mais casas e abriram mais espaços, naquela época tinha bastante lugar para caçar, pescar na região, tanto em terras já ocupadas por particulares como em terras sem regularização. A mata era fechada e assim o tempo foi passando, e foram derrubando a mata. Num determinado tempo o líder da família Alziro Correa Vilhalva recebeu um grupo do exército que vinha da cidade de Bela Vista. Esse grupo veio do quartel RCMEC, fizeram amizade com Alziro e começaram a visitar com frequência a família do Dom Quetito. O exército oferecia ajuda, como ferramentas, roupas, alimentação, remédios e em outras coisas mais.

Com o tempo, começaram a chamar Alziro de ‘’capitão Alziro’’ pela ligação do líder com o exército brasileiro. Inclusive ele usava farda com distintivos feitos de moeda. Por isso ele ficou conhecido como capitão Alziro, e o cargo de capitão fazia referência ao seu papel de líder do grupo. O casal Alziro e Adriana tiveram uns 5 filhos. Com o falecimento de Alziro, seu filho, Dom Quetito, assumiu a liderança e casou com Quitéria. Os seus irmãos se casaram também e cada vez mais a família do Dom Quetito foi crescendo, a chácara de 7 hectares, onde Alziro se criou e criou seus filhos, foi registrada legalmente em seu nome. Assim a família do Dom Quetito permanece até hoje naquela região.

No final da década de 1990, as famílias da comunidade se organizaram para retomar as terras das quais foram expulsas a partir da década de 1950. No início da década de 2000, a FUNAI iniciou a demarcação da área, que foi parcialmente reocupada pelas famílias. Quatro meses depois da primeira retomada do Ñanderu Marangatu, Dom Quetito Faleceu em Coroa Vermelha Monte Pascoal (Bahia), onde estava na mobilização dos povos indígenas do Brasil de 1500. Seu corpo foi trazido para a aldeia e sepultado na área retomada. Atualmente, a comunidade é liderada por seu filho Loretito. Dada a importância, dos líderes da família Vilhalva para a história da comunidade, a pesquisa pretende discorrer sobre as trajetórias destas lideranças.

 

Palavras chave: Ñanderu Marangatu, terra indígena, trajetórias de lideranças kaiowá, Kaiowá.


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