Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, I Seminário Internacional Etnologia Guarani: diálogos e contribuições

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Indígenas nas redes xamânicas contemporâneas e o consumo ritual de psicoativos
Saulo Conde Fernandes

Última alteração: 2016-10-25

Resumo


Nas redes xamânicas contemporâneas entrecruzam-se modalidades religiosas diversas: xamanismos indígenas (em especial de etnias do tronco linguístico Pano, como Huni Kuin, Yawanawa, Arara); neo-xamanismos (novos modelos de espiritualidade, performances rituais, consumo e terapia, que mesclam elementos de diversas tradições); religiões ayahuasqueiras, principalmente o Santo Daime. Adquirem demasiada importância, neste circuito, as substâncias psicoativas consumidas ritualmente, denominadas de Medicinas da Floresta e tidas como capazes de curar física e espiritualmente. São elas: ayahuasca (bebida feita a partir da decocção do cipó Banisteriopsis caapi e da folha do arbusto Psychotria viridis), rapés (tabaco macerado com outras plantas), sananga (“colírio da floresta”, líquido feito com diferentes espécies de plantas), kambô (“vacina do sapo”, secreção da rã arbórea Phyllomedusa bicolor). Estas novas redes se configuram como circuitos, por onde circulam os atores sociais, os saberes, e as substâncias. A partir da aliança com setores daimistas e neo-xamânicos, indígenas oriundos da Amazônia Ocidental realizam rituais com as Medicinas em diversas localidades do mundo, num trâmite de transnacionalização das culturas religiosas das etnias Pano. Nessas redes de relações e interações culturais, tradições são ressignificadas, quando não inventadas.


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