Última alteração: 2016-10-26
Resumo
Para fazer este texto foi necessário buscar vídeos e documentários que mostram o ataque organizado por ruralistas na retomada de Toro Paso, dentro dos limites da TI Dourados-Amambaipegua I, já identificada pelos GI´s, fiz uma breve visita ao Tekoha de Toro-Paso onde acontecia o Aty Guasu, me baseei também em artigos e textos de Levi Marques Pereira e Antônio Brand.
Pretendo observar nesse texto o atual conflito por terras no Mato Grosso do Sul, onde ao reivindicarem suas terras como tradicionais, os Guarani e Kaiowa sofrem ataques de extermínio. Para compreender tais atitudes, coloco nessa etnografia diferentes valores e pontos de vistas distintos dos ameríndios sob a terra, seu tekoha. Por consequência da perda de moradias no final da década de 70, período conhecido como “abertura das fazendas” os ameríndios iam gradativamente para as oito reservas demarcadas pela SPI no começo do século XX, causando um aumento da população, esse processo então é chamado de esparramo territorial que traria por consequência a fragmentação física e política Guarani e Kaiowa, afetando as relações de campo de produção para as condições materiais de exitência, parentesco, resistências, rituais, eventos festivos e política. Na luta para permanecerem/recuperar sua terra, reprodução física e cultural, uma das poucas opções para terem Toro Paso demarcado foi a retomada, com intuito de pressionar os órgãos responsáveis pela demarcação e o Compromisso de Ajuste de Conduta (CAC) feito entre a FUNAI e Ministério Público Federal. Quero analisar neste texto aspectos dessa fragmentação ocasionada pela expansão das fazendas do agronegócio que interferem na história das comunidades Kaiowa e Guarani.
Palavras Chaves: Kaiowa e Guarani, Conflito por Terra, Demarcação.