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Masculinidades em conflito nas missões jesuíticas com indígenas
Última alteração: 2016-10-25
Resumo
A presença dos missionários jesuítas em mais de trinta povoados de indígenas na Antiga Província Jesuítica do Paraguai, conhecidos como reduções, ao longo de praticamente 160 anos, entre 1609 e 1767, impactou na forma como a maioria dos povos indígenas da região construíam e alimentavam socialmente suas percepções acerca do modo de ser homem, isto é, sobre a sua masculinidade. Uma vez que a missão estabeleceu um rígido controle acerca de práticas culturais ancestrais dos povos de fala Guarani, como a poligamia e a oferta de mulheres, a documentação histórica missionária descreve a maneira como os missionários agiam para desterrar tais costumes, mas também a incidência de inúmeros conflitos ocorridos entre os missionários e os homens indígenas no âmbito desses povoados. O estudo realizado mostra que muitos homens indígenas aceitaram a nova moralidade, defendendo os missionários e o modo de ser cristão; outros, porém, se contrapuseram a ela, chegando inclusive à situação de entrar em lutas com os indígenas cristianizados e a de matar diversos padres com o argumento de que interferiam indevidamente no bom modo de ser antigo e em um dos seus elementos centrais, a poligamia, base da economia de reciprocidade. A presente comunicação será dedicada a analisar o referido processo histórico, utilizando como método analítico a hermenêutica.
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