O presente projeto de pesquisa pretende reunir elementos sobre a história da presença dos Kaiowá nas cabeceiras dos rios Estrelão e Apa, com destaque para o período em que se inicia a penetração das frentes de expansão agropecuárias, o que ocorreu principalmente a partir da década de 1930, iniciando um período de luta e resistência dos Kaiowa para permanecer em seus territórios. Para construção da pesquisa utilizarei técnicas da história oral para registro das histórias vividas pelos Kaiowa mais idosos. Também farei uso de fontes documentais, tais como as apresentadas na perícia antropológica da terra indígena Marangatu (Eremites de Oliveira e Pereira 2007). A intensão é que esses registros, além de permitir a compreensão de como se deu a presença dos Kaiowá na região, também possa contribuir para que as novas gerações conheçam as vivências e as trajetórias históricas de seus antepassados. De tal modo, que percebam seus papéis como agentes históricos, através do conhecimento desse processo histórico de mudanças, de rupturas e resistências. A espoliação de parte de seus territórios tradicionais acarretou muitas mudanças no modo de vida tradicional deste povo, também fez surgir novas formas reorganizações dos Kaiowa, como as mulheres e os jovens. Essas reorganizações sócio-políticas e econômicas foram e são responsáveis pela resistência deste povo e, mesmo quando silenciados de múltiplas formas, resistem em silêncio.