Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, II Seminário Internacional Etnologia Guarani: redes de conhecimento e colaborações

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Quem matou Emyra Wajãpi? Ou quando o corpo esconde uma guerra.
Bruno Morais, Catarina Pedroso, Fábio Franco

Última alteração: 2019-12-16

Resumo


Os índios acusam a displicência da Polícia Federal que, por sua vez, anuncia a exumação do corpo insinuando evidências de “crime por vingança”. Quem matou o cacique Emyra Wajãpi? Quem matou Genivaldo e Rolindo Verá, no tekoha Ypo'i, no Mato Grosso do Sul? Quem matou Simião Vilhalva, Clodiodi de Souza? Quem matou Nísio Gomes? Os discursos oficiais sobre as mortes de Emyra Wajãpi, tal qual nos assassinatos dos Kaiowá e Guarani, creditam a violência aos “conflitos internos”. Este artigo se dedica a uma análise desse discurso em torno de seu elemento central: o corpo. Submetido a uma tecnologia de operação da “verdade” que envolve forças-tarefa, comissões, inquéritos, diligências, necropsias e drones, o corpo dos mortos é exumado, desaparecido, reivindicado ou exibido como evidência das versões sobre os fatos. Demonstramos que o Estado assenta seu poder ao se furtar ao reconhecimento público de uma guerra expropriando, até depois da morte, o corpo de suas vítimas.


Texto completo: RESUMO