O comportamento ingestivo de ruminantes pode ser considerado uma ferramenta que possibilita uma adequação dos manejos alimentares para que se obtenha a maximização do desempenho animal. Assim, objetivou-se analisar o comportamento ingestivo de novilhas das raças Pantaneira e Girolando (3/4 Holandês x 1/4 Gir), nas diferentes estações do ano (outono/inverno/primavera/verão). O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Leite da UEMS, em Aquidauana/MS. Foram utilizadas 14 novilhas, distribuídas num delineamento inteiramente ao acaso em esquema fatorial 4x2, (estação, raça), com sete repetições para cada grupo genético. As novilhas foram manejadas em pastagem de capim-mombaça (Panicum maximum) em sistema rotacionado, sendo as observações efetuadas sempre no mesmo piquete. Foram feitas duas avaliações em cada estação do ano, resultando em oito coletas, em intervalos de 10 minutos com início as 6h00 da manhã, durante períodos de 24 horas, totalizando 192 horas de observação. Os dados foram tabulados em planilhas apropriadas para ensaios de comportamento. As variáveis estudadas foram o tempo gasto ruminando em pé (RP) e deitado (RD), dormindo em pé (DP) e deitado (DD), ócio (O), ingerindo alimento (ING) e interagindo (INT). Foi encontrado interação dos fatores apenas nas variáveis RP e INT. A raça Girolando, menos adaptada as condições climáticas do Pantanal, ruminou mais tempo em pé (P<0,05) na primavera, pois a ruminação em pé favorece o conforto térmico em situação de extremo calor, como uma estratégia para aumentar a superfície do corpo e facilitar o contato com os ventos e a dissipação de calor. As novilhas Pantaneiras passaram mais tempo interagindo no verão, esse comportamento pode ser atribuído ao menor estresse por calor e maior interação social. Assim, pode-se concluir que novilhas Girolando necessitam dispender mais tempo ruminando e novilhas Pantaneiras em condições de verão demonstram maior atividade social.