Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, Anais do IV Workshop de Pós-Graduação em Zootecnia e Ciência Animal do Estado de Mato Grosso do Sul - 2017

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Impactos de diferentes níveis de erro de paternidade na predição de valores genéticos em dados simulados
Paula Adas Pereira Suniga, Gustavo Garcia Santiago, Luiz Otavio Campos da Silva, Jayme Aparecido Povh, Andrea Alves do Egito

Última alteração: 2018-01-11

Resumo


O melhoramento genético clássico baseia-se em modelos matemáticos que combinam informações fenotípicas e genealógicas para predizer o valor genético de cada indivíduo presente na matriz de parentesco, proporcionado assim relevante ganho genético para a maioria das características em diversas espécies de interesse zootécnico. Portanto, erros no pedigree interferem nos resultados da avaliação genética e, consequentemente, na taxa anual de ganho genético. Polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) possibilitam a incorporação de coeficientes genômicos na matriz de parentesco, promovendo incremento em acurácia na predição de valores genéticos, combinando informações fenotípicas, genômicas e de pedigree. Com isto, o objetivo deste trabalho foi verificar os impactos de diferentes níveis de erro de paternidade no ranking de indivíduos, de acordo com seus valores genéticos preditos em dados simulados. Foi simulada uma população, por meio do software QMSim, apresentando 5000 indivíduos, acasalados por 5 gerações, de maneira assortativa e 3 fenótipos com herdabilidades de 0,1, 0,2 e 0,3, respectivamente. O pedigree foi composto por 14050 indivíduos e foram introduzidos cinco níveis de erros na atribuição de paternidade (0, 10, 20, 30 e 40%). Através do software BLUPF90 foram estimados os valores genéticos dos indivíduos. Os animais foram ordenados em ordem decrescente de acordo com o valor da sua DEP (diferença esperada na progênie), metade do seu valor genético predito. As correlações entre os diferentes cenários, considerando os rankings dos animais alteram com as variações de erro de paternidade e herdabilidade. A direção e a magnitude dessas correlações dependem do quão exatas e completas são as informações de pedigree, pois ao alterar a paternidade do indivíduo, a estimação do seu mérito genético sofre interferência negativa, consequentemente sua posição no ranking será incorreta. A correlação entre os cenários com 0% de erro no pedigree e 10% de erro é positiva para as características das três herdabilidades, 0,1, 0,2 e 0,3, variando entre 0,003 e 0,012. Ao correlacionar os pedigrees corretos com os cenários com maior percentual de erro (20%, 30% e 40%), para todas as herdabilidades, foi observada uma queda na correlação, variando de -0,01 a 0,005. No entanto, é possível notar que, positivas ou negativas, as correlações são quase nulas. Quanto mais próxima de 0 for o valor, menos correlacionados são as duas variáveis estudadas, evidenciando que os rankings com indivíduos com erros de paternidade se altera. Isso se deve ao fato de que a genealogia tem extrema importância ao se predizer o valor genético de reprodutores, considerando a influência da incorporação de dados de progênie no ranking de touros. Assim, conclui-se que erros na identificação da paternidade altera a classificação dos animais, influenciando na escolha do melhor reprodutor, sendo necessária maior rigidez no monitoramento da identificação dos animais, para evitar problemas posteriores na seleção dos reprodutores.

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