Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, Anais do IV Workshop de Pós-Graduação em Zootecnia e Ciência Animal do Estado de Mato Grosso do Sul - 2017

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A espécie forrageira e a suplementação concentrada influenciam a qualidade física da carne de cordeiros terminados em região tropical
Julianna Andrade Rossatti, Adriana Sathie Ozaki Hirata, Gustavo Daniel Vega Britez, Marcelo Corrêa da Silva, Adrielly Lais Alves da Silva, Marciana Retore, Fernando Miranda de Vargas Junior

Última alteração: 2018-01-12

Resumo


A opção de utilizar e quantificar a oferta de suplementação concentrada na terminação de cordeiros tem sido tema de debate. Do mesmo modo, a escolha do tipo de pastagem tem sido ressaltada nas regiões de clima tropical. Assim, objetivou-se avaliar o efeito do tipo de pastagem e de diferentes níveis de suplementação concentrada na qualidade física da carne de cordeiros. Foram utilizadas amostras de carne ovina oriundas de um experimento realizado na Embrapa Agropecuária Oeste, município de Ponta Porã, com 36 cordeiros Suffolk, desmamados e inteiros. No delineamento experimental, os cordeiros foram mantidos em piquetes contendo pastagem de Panicum maximum cv. Aruana ou Brachiaria brizantha cv. Marandu com três níveis de suplementação concentrada: 0% (N1), 1,5% (N2) ou 3,0% (N3) do peso vivo. A ração era composta por grãos triturados de soja, milho e aveia, fornecida diariamente, com água e sal mineral ad libitum. Os abates e o armazenamento da carne ocorreram no laboratório de tecnologia de carnes, na UFGD, sendo acessadas amostras congeladas do músculo Longissimus thoracis et lumborum. Foram avaliadas nove variáveis: pH, luminosidade, intensidade da cor amarela e da cor vermelha, capacidade de retenção de água, ângulo de tonalidade, índice de saturação, perda de peso por cocção e força de cisalhamento. Comparando-se médias entre tratamentos, no software Minitab, a luminosidade da carne foi maior (P<0,05) nos cordeiros alimentos exclusivamente a pasto (N1) (38,97 ± 2,38) comparado com a carne de animais suplementados com 3% (N3) (34,14 ± 3,09). Nas demais variáveis, as médias entre animais suplementados com N1, N2 ou N3 foram similares (P>0,05). Possivelmente, a decisão de abater os cordeiros com estágios fisiológicos similares (escore corporal padrão), em detrimento da idade, resultou em maior uniformidade física entre as amostras. De todo modo, os valores encontrados foram abaixo do índice de percepção do consumidor e todas as carnes foram configuradas como “macias” (3kfg). Na análise multivariada de agrupamento de amostras, com o mesmo software, a variabilidade intra e intergrupo foram avaliados com uso de dois clusters. Como resultado, 14 amostras (42,5%) foram alocadas no cluster I, sendo 100% proveniente de pastagem Aruana. No cluster II, composto por 19 amostras (57,5%), 100% eram oriundas de pastagens Marandu. Assim, a similaridade física entre amostras, foi determinada pelo tipo de pastagem ofertada aos cordeiros abatidos. As amostras alocadas no cluster I não foram relacionadas ao nível de concentrado utilizado, nem ao tipo de pasto associado ao nível de suplementação ofertada. Já no cluster II, 94,7% das amostras alocadas eram oriundas da suplementação N2 (52,6%) ou N3 (42,1%). Uma única amostra (5,2%) oriunda da suplementação N1 foi alocada no cluster II. Assim, a análise multivariada revelou que o tipo de pasto foi preponderante para explicar a divisão da população amostral em duas metades. Em segundo plano, o uso, ou não, de suplementação concentrada, justificou a similaridade física de um grupo seleto de amostras.

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