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Avaliação do bem-estar animal pela comunidade de Aquidauana-MS
Última alteração: 2018-01-12
Resumo
O bem-estar vem promovendo destacado valor econômico aos sistemas de produção à medida que a sociedade reconhece o sofrimento animal como um fator relevante. Dessa forma, mudanças nos sistemas de criações não são descartáveis ao passar dos anos, porém, a maior pressão destas mudanças virá dos consumidores que além do preço, estão cada vez mais preocupados com a qualidade e origem dos produtos adquiridos. Diante disso, o trabalho teve por objetivo avaliar o nível de conhecimento dos consumidores de produtos cárneos sobre o bem-estar dos animais de produção. A pesquisa foi realizada no município de Aquidauana, estado de Mato Grosso do Sul. Foram aplicados 381 questionários em supermercados e açougues, localizados em diferentes pontos da cidade para avaliar o conhecimento da comunidade sobre o bem-estar dos animais de produção. O questionário continha questões como: Você acha que o bem-estar animal influi na qualidade da carne? Você verifica a procedência da carne consumida? Você acha que animais criados em bem-estar produz um produto final de melhor qualidade? Você pagaria a mais para ter um produto com garantia de que os animais foram criados em condições de bem-estar? Você acha que os animais de produção passam por algum tipo de sofrimento em sua criação? Você gostaria que o comércio em geral oferecesse produtos de acordo com as normas de bem-estar? Passaria a comprar produtos com certificação de agências controladoras do bem-estar animal? Foi levado em consideração o bem-estar em âmbito geral, independente da espécie animal. Todos os dados foram tabulados em planilha Excel e os resultados apresentados em percentual, sem estratificação da população. A maior parcela dos consumidores (96%) alegaram que o bem-estar animal influi na qualidade da carne. Sobre a verificação da procedência da carne consumida se obteve resultados similares, 45% verificam a procedência e 42% não, 13% não souberam responder. Sobre os animais criados em bem-estar produzirem um produto final de melhor qualidade, grande maioria respondeu sim (95%), uma pequena parte respondeu não (2%) e 3% não souberam responder. Já 80% afirmaram que pagariam um valor superior pela garantia da condição de criação em bem estar, apenas 7,5% não estariam dispostos e 12,5% não souberam. Ademais, 58% dos entrevistados acreditam que os animais de produção passam por algum tipo de sofrimento em sua criação, 22,5% alegaram que não e 19,5% não souberam responder. A grande maioria dos entrevistados (96,5%) gostaria que o comércio em geral oferecesse produtos de acordo com as normas de bem-estar, pequena parcela alegou que não gostaria (1,5%), os demais não se prontificaram. Também se verificou que 88,5% dos consumidores passariam a comprar produtos com certificação de agências controladoras do bem-estar animal, 2,5% não passariam a comprar e 9% se mostraram indiferente. Nota-se que a população tem certo conhecimento e se mostra preocupada com o bem-estar animal, entretanto é um atributo que se passa despercebido por parte da comunidade.
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