Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, IV SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2019

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A ESCRITORA MAIS PROIBIDA DO BRASIL EM COPACABANA POSTO 6 A MADRASTA (1972) E MARCELLINA (1980)
Izadora Fernanda Reichert Rodrigues

Última alteração: 2019-07-24

Resumo


Nessa comunicação, proponho reflexões acerca da minha pesquisa de mestrado,em andamento, sobre a autora mais censurada da ditadura militar brasileira, Cassandra Rios.De cunho bibliográfico, tenho como objetivo discutir a relação existente entre a censura, aescrita de autoria feminina e os temas tabus como lesbianidade, casamento tradicional eprostituição, tratados pela escritora paulista. Foi considerada também a primeira mulher avender um milhão de livros no Brasil. Escrevendo durante a ditadura militar, percebemos oparadoxo entre os dois títulos destinados à autora: a mais censurada e a mais vendida. Dessaforma, nesse trabalho, reflito também se a censura foi promotora de seus romances. Seguindonessa perspectiva, Cassandra, que ousou enfrentar a hegemonia da dosconforme visão crítica de Antônio Candido, teve suas obras proibidas sob a justificativa deque se tratava de pornografia e porque feriam a moral e os bons costumes tão valorizados naépoca. Ademais, é sabido que a fim de manter a homogeneidade das condutas e corpos, eranecessário frear qualquer projeto artístico questionador. A pesquisa se dá a partir da análisedos romances Copacabana Posto 6 A madrasta (1972), que nos traz a personagem Laura,lésbica, apaixonada pela madrasta; e Marcellina (1980), com a protagonista Marcella,transgressora e prostituta. Portanto, esse trabalho intenciona questionar os argumentoscensórios e defende a hipótese de que a repressão se deu devido ao fato de serem obrasescritas por uma mulher, com destaque para a homossexualidade feminina. Para embasar aanálise, dialogaremos com Sandra Reimão (1996; 2011; 2015), Douglas Attila Marcelino(2006), Elódia Xavier (1991), Rita Terezinha Schimdt (1995), Foucault (1976; 1979), dentreoutros autores. O viés teórico escolhido vai tratar, portanto, da crítica feminista, da revisão docânone e da perspectiva da mulher lésbica.

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