Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, IV SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2019

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SARAMBI NO TEKOHA: A VIDA-PALAVRA GUARANI COMO VONTADE DE POTÊNCIA
Silvia Regina Gomes Miho

Última alteração: 2019-07-25

Resumo


O objetivo desta comunicação é, essencialmente, o de propor uma reflexão inicial, sem intenções conclusivas, por meio de aproximações de conceitos e de analogias, num movimento interdisciplinar, relacionando arte e vida, como propõe Nietzsche. Todavia, considero pertinente e adequada ao nosso tema a questão colocada por Jaime Ginszburg (2012, p.204): “a necessidade de pensar contemporaneamente nos direitos de sociedades e grupo excluídos pela violência histórica leva a colocar a pergunta primária – o que entendemos por literatura – no âmbito do questionamento dos paradigmas civilizatórios”. Este trabalho, de certa forma, procura responder a esta questão vital para nossas pesquisas em nosso espaço e tempo, Dourados, 2019. Recorreremos a autores como Oswald de Andrade (1928), Mário de Andrade (1928), Douglas Diegues (2008), Josely Baptista Vianna (2011) Graciela Chamorro (2017, 2018), Viviane Mosé (2005), Ingrid Piller (2015) e os rappers do Brô MC’s para nos auxiliar a entender a importância da cultura Guarani-Kaiowá que se faz existir estética e eticamente em suas palavras, em sua língua, na beleza poética de sua oralidade. Partimos do pressuposto de que a vida é uma grande produtora de signos   e que uma das formas de se viver bem é a de se relacionar com esses signos, materializá-los e comunicá-los sem, necessariamente, interromper e domesticar ao extremo seu incessante movimento de transformações, situando-nos na posição acadêmica de sujeito racional que organiza seus objetos de análise, sempre extrínsecos à constituição deste mesmo sujeito observador. Viver como atitude estética de resposta aos desafios da própria vida contemporânea é uma atitude ética e, consequentemente, política, tão bem representada pela resistência das culturas dos povos indígenas por cinco séculos e meio de silenciamento, opressão e extermínio, pois, como já afirmava Oswald de Andrade (1928): “antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade”.

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