Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, II SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2017

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O ROMANCE HISTÓRICO: DO CLÁSSICO AO CONTEMPORÂNEO
Marta Roque Branco

Última alteração: 2017-09-27

Resumo


Conforme aponta Baumgarten em “O novo romance histórico brasileiro”, “Todo romance, como produto de um ato de escrita é sempre histórico, porquanto revelador de, pelo menos, um tempo a que poderíamos chamar de tempo da escrita ou da produção do texto” (2000, p. 169). Contudo, ressalta ele, no âmbito dos estudos literários essa definição é insuficiente para caracterizar o Romance Histórico. Em sua concepção, “romance histórico corresponde àquelas experiências que têm por objetivo explícito a intenção de promover uma apropriação de fatos históricos definidores de uma fase da História de determinada comunidade humana”. Nesse sentido, a origem dessa forma de escrita está vinculada à produção de Walter Scott e ao período de vigência do Romantismo, assumindo, portanto, papel importante na construção de nacionalidades/identidades européias e americanas. Mas o Romance Histórico, tal como foi concebido em sua origem, passou por modificações no decorrer dos anos. Das marcas que definem sua forma clássica, muitas delas são redimensionadas: dos grandes painéis traçados pelo Romance Histórico tradicional, por exemplo, surge a consciência da impossibilidade de determinar a “verdade histórica” e da imprevisibilidade da História. No que se refere à Literatura brasileira, o caso do Romance Histórico não foi diferente. Em José de Alencar e sua vasta produção romanesca, como por exemplo, As Minas de Prata (1865) e Guerra dos Mascates (1873), vemos o desejo de, juntamente com a exposição dos acontecimentos históricos, definir uma identidade brasileira. Mas também nas produções brasileiras muitas mudanças aconteceram. É o que se pode notar, dentre tantos outros, em Galvez, Imperador do Acre (1975), de Márcio Bentes de Souza com sua narrativa inovadora que enfoca tanto os fatos da história quanto uma vasta reflexão sobre o processo literário nacional. Apresentar um quadro de algumas pesquisas sobre o Romance Histórico e um panorama dos Romances Históricos brasileiros, ao menos em parte, é o objetivo desta comunicação. Para tanto, autores como Carlos Alexandre Baumgarten (2000), György Lukács (2011), Linda Hutcheon (1991), Fredric Jameson (2007) e Flávio Loureiro Chaves (1988) serão utilizados no decorrer da exposição.

Palavras-chave


Romance Histórico tradicional; Novo Romance Histórico; Metaficção Historiográfica.

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