Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, III SELAC - Seminário de Literatura e Arte contemporânea - 2018

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CLARICE LISPECTOR E A LITERATURA INFANTIL: UMA LEITURA FRONTEIRIÇA
Marina Luz, Edgar Cézar Nolasco

Última alteração: 2018-09-30

Resumo


Com frequência, a coletânea bibliográfica mundial destinada ao público infantil é posta à margem externa do que colonialmente se entende por literatura. A situação, infelizmente, se intensifica com a insistência da crítica em manter majoritariamente o hábito de pensar em autores por meio de suas obras “adultas”. Clarice Lispector, embora seja um nome representativo no âmbito dos livros infantis, é exemplo do fato comentado, visto que continua sendo uma escritora vorazmente estudada, ao longo das décadas, a partir da profundidade apresentada por seus livros, teoricamente, já “distantes” da meninice. O presente trabalho, em contraste, é um recorte de uma pesquisa maior que opta pelo pensamento descolonial e objetiva entender a literatura infantil produzida por Clarice como uma representação biográfica da autora. Neste viés, a teorização ilustrada aqui é fomentada, principalmente, a partir das discussões críticas de Peter Hunt, das epistemologias culturais e biográficas trabalhadas por Eneida Maria de Souza, Edgar Cézar Nolasco, Jacques Derrida e Walter Mignolo, e de reflexões de biógrafas como Nádia Battella Gotlib e Teresa Cristina Montero Ferreira. Ademais, é imprenscindível destacar que a discussão pretendida se baseia, ainda, nos preceitos da crítica biográfica fronteiriça (NOLASCO, 2015), posto que as indagações erigidas se apresentam imbricadas nas sensibilidades biográficas de Clarice e dos próprios autores  alicerçadas na vivência em fronteira-Sul. Metodologicamente, a proposta traz como eixo a pesquisa de caráter biográfico realizada tanto no primeiro livro para crianças escrito por Clarice: O mistério do coelho pensante (1967), quanto na fortuna crítica que não contempla em totalidade a discussão proposta, mas contribui para a prática do pensamento crítico. De forma resultante, deseja-se, portanto, deslindar o toque biográfico na literatura infantil de Clarice, contemplando para isso os pressupostos da crítica biográfica e da pós-colonialidade.

 

PALAVRAS-CHAVE: Clarice Lispector; Literatura infantil; Crítica biográfica fronteiriça.


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