Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, I Colóquio de Psicologia, Educação e Trabalho: construindo a inclusão em diferentes contextos

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RESIDÊNCIAS INCLUSIVAS
Cássia Aparecida Pedroso

Última alteração: 2020-02-17

Resumo


Este trabalho é um relato de experiência como funcionária que fui uma Residência Inclusiva da cidade de Dourados-MS. Objetivando expor o trabalho desenvolvido com residentes, observado o esforço de uma Residência Inclusiva na tentativa de inserção dos seus moradores no contexto social. O projeto de Residências Inclusivas surgiu em 2009, pelo Conselho Nacional de Assistência Social, visando proporcionar atendimento individualizado e personalizado a grupos pequenos de pessoas com deficiências (maiores de 18 anos e menores de 60 anos), que não gozam de autonomia e independência e que também não possuam assistência familiar ou que estejam em processo de desligamento de abrigos. (HRW,2018) Trabalho é bibliográfico e buscou publicações e projetos sobre o tema: Residência Inclusiva, Inclusão de pessoas com deficiência e segregação. Com o intuito de evidenciar estudos e produções científicas a cerca do tema. Bem como apresentar conhecimento empírico adquirido através de experiência concreta junto a esse serviço. A inclusão da pessoa com deficiência em sociedade é uma proposta recente, visto que até meados do século passado essas pessoas se encontravam em um contexto de eliminação, exploração, protecionismo, segregação. (Brandenburg, 2013) Esta visão começou a mudar com da Declaração dos Direitos das Pessoas com Deficiências, Resolução aprovada pela Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas em 09/12/1975, assegurando às Pessoas com Deficiências entre outros direitos, o direito ao respeito e a participação na sociedade assim como também direitos políticos e civis. Desde então observa-se um trabalho mais intensivo no sentido de garantir os direitos das pessoas com deficiências, como criação de Leis e programas assegurando a participação dessa minoria em sociedade. Dessa forma este estudo tem por finalidade expor o papel de uma Residência Inclusiva, na garantia dos direitos conquistados e na interação social. No entanto o que se pode observar quanto à função das Residências Inclusivas, é que por varias vezes o próprio regimento interno dessas instituições fere a proposta do Programa “Viver sem Limites” elaborado pelo SUAS - Sistema Único de Assistência Social, 2013, este que rege a implantação do trabalho a ser realizado e da estrutura que deve seguir uma Residência Inclusiva. Que visa a liberdade de tomada de decisões em relação de seu dinheiro, ou até mesmo a aceitação ou não de tratamento medicamentoso, que na maioria das vezes acontece sem o conhecimento/consentimento do residente. Fere também em algumas situações o direito de saída da moradia, assim como o recebimento de visitas quando o residente achar conveniente. Dessa maneira o que se pode observar tanto na experiência vivida como também na leitura de relatos de experiência em teses e dissertações, é que a proposta das Residências Inclusivas é muito benéfica, principalmente para aqueles que já se encontram em situação de abandono em instituições não preparadas para acolhê-los, retirando-os de uma situação de assistencialismo e colocando estes em situação empoderamento de suas capacidades e decisões. Mas que na prática ainda é necessário muita capacitação e esclarecimento para os seus responsáveis do real papel que estes devem desenvolver frente as pessoas as quais eles atendem.

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