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Nas últimas décadas, as propostas para a formação de professores nos cursos de licenciaturas fundados na racionalidade técnica têm sido questionadas quanto aos seus resultados. Estimular um ensino superior prospectivo, diante das necessidades da vida do ser humano atual, respeitando as diferenças interculturais e a inclusão, promovendo assim inovações pedagógicas, deve ser um dos objetivos das universidades e seus gestores. Neste sentido, esta pesquisa de iniciação científica, teve como objetivo investigar as metodologias de ensino que os professores das licenciaturas utilizam, e se as mesmas contemplam uma perspectiva inclusiva de educação. Este estudo, de caráter qualitativo, se definiu como uma pesquisa descritiva analítica, porque oportunizou levantar informações acerca de um determinado fenômeno nas condições naturais de sua manifestação, descrevendo-as. O universo histórico, com seu recorte temporal foi o segundo semestre de 2018 e o primeiro semestre de ano letivo de 2019, no qual a pesquisa foi realizada através de entrevistas estruturadas e observações sistemáticas. As perguntas das entrevistas foram previamente elaboradas e seguiram uma linha de raciocínio, no qual os cinco professores entrevistados foram conduzidos a responder o que o pesquisador perguntava. Já as observações sistemáticas foram realizadas em salas de aula, semanalmente, em um período de três meses. Em seguida, realizamos as análises a partir dos aportes teóricos, sem a interferência do pesquisador, descrevendo como ocorreu a metodologia de ensino dos professores, procurando apresentar como acontecem essas práxis e as suas contribuições na perspectiva da educação inclusiva. Os resultados encontrados a partir da entrevista estruturada e as observações nos levaram a sintetizar as seguintes evidências: em muitos momentos os professores não comunicam com a turma e assim não interagem; os professores estão preocupados em expor sua matéria, isto é, em falar, assim não inclui o aluno na dinâmica da aula e não estabelecem comunicação; as vezes os professores tem suas ideias tão mal, ou tão bem organizadas, que não há nelas lugar para a participação dos alunos; os professores expõem partindo da premissa de que, os alunos mais inteligentes entendem o que falam, todos os demais também entenderam e não se preocupam em verificar se isto ocorreu ou não com todos; os professores utilizam conceitos ou termos que ainda não existem na experiência dos alunos, não faz uma introdução dos termos linguísticos, provocando a não apreensão do assunto, levando-os a dispersão e desinteresse; os professores falam em voz tão baixa ou em tom tão monótono, que não conseguem manter a atenção; e a tendência dos professores ao monólogo, a exposição oral, sem diálogo, levando os alunos a falta de interesse em participar ativamente. Em síntese compreendemos que estão envolvidos os seguintes aspectos na metodologia aplicada pelos professores: o pensamento e concepção pedagógica adotado têm os pressupostos tradicionais e tecnicistas para o ato de ensinar e aprender, no qual agregam os princípios de uma teoria de currículo na mesma perspectiva, levando as práxis pedagógicas ser excludentes e não inclusivas.