Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, v.1, n.1 - I Congresso Nacional de Educação Matemática da Grande Dourados

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DAS DIRETRIZES NACIONAIS À PRODUÇÃO CURRICULAR DA LICENCIATURA INTERCULTURAL INDÍGENA – TEKO ARANDU, HABILITAÇÃO EM MATEMÁTICA
João Carlos Pereira de Moraes, Maria Aparecida Mendes de Oliveira

Última alteração: 2018-09-08

Resumo


Os cursos de Licenciatura Intercultural especifico para populações indígenas, nos últimos 10 anos, saltaram de seis para cerca de 23 em todo país. Quando falamos do perfil do professor indígena, as primeiras indagações, é que professor está sendo formado? No caso da formação de professores de matemática, qual o perfil que vem sendo demandado? Estes cursos atendem as diretrizes para a formação de professores de matemática? O que seria o perfil do professor para atuar em contexto intercultural? O presente trabalho pretende analisar, a partir das prescrições documentais, o currículo da Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu - Habilitação em Matemática da UFGD, as intersecções que este traz às intenções e currículos oficiais para a formação do docente em matemática. Dentre os diferentes cursos de Licenciatura Intercultural Indígena, este oferece, dentre diferentes áreas de habilitação, a formação específica em Matemática, ao passo que grande parte dos demais cursos de Licenciatura Intercultural Indígena, em todo pais, esta área de formação aparece junto com as Ciências da Natureza, com caráter mais utilitário que formativo (OLIVEIRA, 2009). Nota-se que ambas as descrições suscitam a vinculação da licenciatura com a ação social e cultural do docente. Tanto na perspectiva das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores Indígenas em Cursos de Educação Superior e Ensino Médio (BRASIL, 2015) quanto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Matemática (BRASIL, 2001). Utilizamos para esta analise as divisões entre os saberes propostos por Tardif (2002) na proposta curricular. Classificamos a distribuição de disciplinas que contemplem: Saberes de Formação Profissional; Saberes Disciplinares; Saberes Curriculares; Saberes Experienciais. A partir da análise, percebe-se que, ao considerar as cargas horárias das disciplinas, os Saberes Experienciais possuem predominância durante o curso. Isto se deve ao fato de o curso ter como perspectiva a pedagogia da alternância, onde o saber da experiência é privilegiado e é no campo onde estes sujeitos irão atuar que se dá boa parte de sua formação. Deste modo, o perfil desejado pela Licenciatura Intercultural Indígena – Teko Arandu ultrapassa os conhecimentos conteudistas da matemática para uma visão mais epistemológica e cultural de sua construção, entendendo-o como produção humana e instrumento de ação social. Percebe-se que, aliado ao saber específico, espera-se que o egresso do curso tenha uma visão macro da realidade, polivalente, de atuação transformadora do grupo indígena que pertence.

Palavras- chave: Formação de profesores indígenas; Currículo; saberes docentes.