Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, v.1, n.1 - I Congresso Nacional de Educação Matemática da Grande Dourados

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DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA
Tatiani Garcia Neves, Cintia Melo dos Santos

Última alteração: 2018-09-13

Resumo


O presente trabalho, apresenta algumas discussões e reflexões a partir de formações continuadas desenvolvidas com professores de Matemática da rede pública, dos municípios de Jateí e Caarapó do estado de Mato Grosso do Sul nos anos de 2016 e 2017. Enquanto pesquisadoras na área de Educação Matemática, temos vivenciado a importância da formação permanente de professores diante das mudanças políticas, sociais e principalmente educacionais nos tempos atuais (IMBERNÓN, 2009, 2010). Desse modo, defendermos uma pedagogia que se preocupa com todas as dimensões da pessoa humana, buscamos organizar encontros em um espaço formativo que propiciasse condições de os professores participarem democraticamente e exporem suas opiniões, seus paradigmas, interesses, restrições, um espaço para além da mera apresentação de concepções que norteiam o processo de ensino e aprendizagem. Não raro, toma se conhecimento que os desafios escolares não são genéricos, e como menciona Imbernón (2009) as formações continuadas não devem se basear nessa generalidade, tratando a formação como treinamento, ou receitas prontas para serem aplicadas em sala de aula, trabalhando com a concepção de que os formadores selecionam os conteúdos e por meio de oficinas, cursos ou seminários “treinam” os professores os caminhos a serem percorridos. Nos anos de 2016 e 2017, desenvolvemos formações que visaram desencadear nos professores a reflexão, discussão e análise do ensino da Educação Básica, por meio de temáticas e problemáticas escolhidas por esses professores, como recursos didáticos, avaliação, livro didático e indisciplina, com intuito de promover a autonomia e propiciar mudanças que resultassem na aprendizagem dos seus alunos. Diante dessas formações, temos vivenciados alguns relatos, como a falta de estimulo financeiro para se dedicar mais aos estudos e preparação das aulas, a participação das formações continuadas enquanto imposição da secretaria de educação do município, e alguns esperavam das formações modelos de práticas pedagógicas para serem aplicadas em sala de aula. Nesse sentido, nos questionamos: como provocar o professor a investigar, em um espaço propício a reflexão compartilhada, permitindo-lhe a produção de conhecimentos e a apropriação de conhecimentos produzidos por seus pares? Nesse viés, para Imbernón (2010) é importante uma sensibilização/ informação coletiva, que possa promover por completo a participação de todos, e que durante a formação possa ocorrer propostas de avaliação e se possível mudança no decorrer desta. No entanto, o professor deve ser o protagonista nesse processo, com a compreensão de como a teoria é importante para a prática e vice-versa, a recusa de uma estratificação curricular, bem como, um compromisso com a pesquisa. Contudo, vimos a necessidade de provocar nos professores de Matemática, o estudo permanente compreendendo como Mizukami (2002) de que a formação é um processo contínuo, e que o ensino e a aprendizagem devem estar associados ao diálogo, à cultura, à criação e à cooperação, e não apenas à reprodução e a memorização.

Palavras-chave: Formação Continuada; Ensino de Matemática; Concepções pedagógicas.