Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, v.1, n.1 - I Congresso Nacional de Educação Matemática da Grande Dourados

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PROBABILIDADE E O SEU ENSINO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL REVELADOS EM UM CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA
Maria Gracilene de Carvalho Pinheiro, Angelica da Fontoura Garcia Silva, Ruy César Pietropaolo

Última alteração: 2018-09-13

Resumo


Esta comunicação traz o recorte de uma pesquisa de Doutorado em Educação Matemática que está sendo desenvolvida em um contexto de formação continuada com o propósito de investigar aspectos que possam contribuir para o desenvolvimento profissional de professores, relativos à Probabilidade. Para este artigo, o objetivo é apresentar parte desse estudo que constituiu em analisar as concepções e os conhecimentos de um grupo formado por professores pedagogos e licenciados em Matemática, a respeito do ensino de Probabilidade nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. A escolha por analisar as concepções dos professores acerca da probabilidade e do seu ensino, deve-se à importância de o professor conhecer e compreender os pressupostos – Godino e Batanero – que embasam as diferentes concepções, como possibilidade de ampliação da base de conhecimentos para o ensino da probabilidade, sobretudo, da forma como Ball, Thames e Phelps os categorizam: como Conhecimento Especializado do Conteúdo. As informações analisadas foram produzidas e coletadas, algumas no início do processo formativo e outras em sessões posteriores, após algumas discussões. Destaque-se que o curso está sendo desenvolvido no âmbito do Observatório da Educação – um projeto de formação e pesquisa, cuja finalidade é promover e analisar o desenvolvimento profissional de professores quando esses estão inseridos em um processo de implementação de inovações curriculares a respeito do processo de ensino e aprendizagem de Matemática e de reflexão sobre as práticas docentes. Para tanto, utilizou-se de instrumentos de formação e pesquisa, cuja análise inicial evidenciaram que os professores, de maneira geral, apresentavam um conhecimento intuitivo sobre probabilidade e, consequentemente, certa instabilidade em relação ao domínio de conhecimentos de noções ligadas ao conceito de probabilidade como, por exemplo, noções de aleatoriedade e espaço amostral; notou-se também dificuldades em estabelecer as diferentes representações simbólicas (Vergnaud) quando lhes foi solicitado quantificar probabilidades de ocorrência de um evento. Relativamente às concepções – neste estudo, adotou-se o significado atribuído ao termo “concepções” sob o ponto de vista de Thompson – sobre o conceito e o ensino de Probabilidade, os docentes demonstraram insegurança (Serrazina) quanto à Probabilidade e à sua inserção nas aulas de Matemática dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, especialmente, por apresentarem pouco domínio das ideias envolvidas nesse conceito e também pouca experiência com o ensino dessa temática. Em termos de resultados, constatou-se também que, nos casos em que os professores já haviam explorado essa temática em sala de aula – isso ocorria somente no 4º e 5º anos –, a abordagem limitava-se à quantificação de probabilidade e as ideias, apresentadas aos alunos, estavam associadas somente ao raciocínio combinatório. Ressalte-se que, a base para ampliação dos conhecimentos dos professores, que está sendo adotada na formação, se apoia em um programa de ensino, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra – Bryant, Nunes, Evans, Gottardis e Terlekts –, para alunos dos primeiros anos de escolarização, em que os autores discutem e propõem uma Sequência de Ensino, cujas etapas sugerem a abordagem de ideias que sustentam o conceito de probabilidade como: aleatoriedade, espaço amostral, quantificação de probabilidades e o entendimento do risco – relação entre variáveis.

Palavras-chave: Formação de Professores. Ensino de Probabilidade. Anos Iniciais.