A investigação está sendo desenvolvida num grupo de estudos constituído no interior de uma escola pública do estado de São Paulo, no qual participam 15 professores que lecionam matemática para os anos iniciais do ensino fundamental. A adesão aconteceu de forma voluntária e a pesquisa tem como objetivo analisar o desenvolvimento profissional desses professores. Consideramos relevante que a constituição de um grupo de estudos deve priorizar os anseios e necessidades advindas das reflexões e discussões coletivas que expressam o quanto é importante desenvolver na escola a cultura de estudos permanentes, favorecendo a oportunidade de (re)significar os conhecimentos dos professores acerca dos conteúdos matemáticos. No que se refere à constituição de grupos que estudam na própria escola, a investigação está embasada nos resultados de pesquisas realizadas por Guskey, Moraes e Gomes, Etcheverria, Nacarato e Fiorentini. Além disso, este trabalho está fundamentado em teorias que embasam a formação de professores como as de Serrazina, Imbernón e Ponte, em relação ao Conhecimento Profissional Docente Shulman e Ball, Thames e Phelps e também resultados de pesquisas que discutem o processo de ensino e de aprendizagem dos conteúdos matemáticos do currículo dos anos iniciais do ensino fundamental. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa a qual aborda alguns elementos de um Grupo Colaborativo como descrito por Fiorentini, no qual todos os participantes trazem contribuições para discussões e reflexões. Em cada sessão são estudados e analisados, de forma conjunta, resultados de pesquisas; realizadas análises de atividades propostas no material de apoio ao currículo – Educação Matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (EMAI) e reflexões do grupo acerca de ações didáticas que favoreçam a articulação entre teoria e prática. Os dados são coletados a partir de gravações de áudio e vídeo de todas as sessões de estudos, recolha dos protocolos dos professores participantes e observação da prática. Buscando atender a uma demanda do grupo e (re)significar os conhecimentos matemáticos envolvendo o uso de materiais manipuláveis, realizamos nove sessões de estudos com o uso do tangram, conforme proposto no material de apoio ao currículo (EMAI). Para este artigo apresentamos resultados das análises da terceira sessão de estudos com o grupo, na qual discutimos a temática que envolve a composição e decomposição de figuras planas envolvendo o conceito de área, usando como instrumento o tangram. As análises das discussões apresentadas pelos professores no início dessa sessão apontaram para um trabalho fragilizado em relação ao conceito de área e evidenciaram que nem todo o potencial pedagógico desse recurso era explorado em sala de aula. No entanto, os resultados das análises dos dados apresentados revelaram que à medida que os professores estudavam os conceitos matemáticos, refletiam coletivamente sobre suas práticas e estabeleciam relações com o material curricular, se mostraram mais receptivos à reorganização das suas práticas docentes e ao próprio uso do material de apoio. Destacamos que o fato do grupo estar constituído dentro da própria escola permite maior aproximação entre os conhecimentos matemáticos, o conhecimento curricular e as práticas docentes que ocorrem em seu interior, favorecendo reflexões e possíveis mudanças.

Palavras-chave: grupo de estudo; conceitos matemáticos e prática docente