Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, v.1, n.1 - I Congresso Nacional de Educação Matemática da Grande Dourados

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OBMEP NA ESCOLA TOMAZIA VARGAS NO MUNICÍPIO DE TACURU- MS
Jaquelino Fernandes

Última alteração: 2018-09-13

Resumo


E

ste trabalho tem como objetivo geral compreender a influência da OBMEP na escola Tomazia Vargas na aldeia Jaguapiré no município de Tacuru no estado Mato Grosso do Sul-MS, e desenvolvido na área de Matemática como pré-requisito para a conclusão do curso de Licenciatura Intercultural Indígena _ Teko Arandu, na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Além de compreender a OBMEP, procuramos identificar como as questões da prova ajudam os alunos a aprender matemática. A pesquisa surgiu ao observar uma situação em que a escola estava tendo dificuldade na hora de realizar a prova, ao qual percebemos alguns pontos negativos como: a) a escola não fica sabendo da data da prova; b) os alunos nem imaginam o que seria a prova OBMEP; c) na hora de fazer a prova os alunos ficam chocados com as questões devido ao fato que não tem relação com a realidade; d) os resultados esperados são baixos. A partir dessa realidade na escola em relação a OBMEP procuramos identificar os motivos que leva a escola a se inscrever na OBMEP, analisar as concepções dos professores de matemática sobre as olimpíadas nas escolas indígenas, identificar como os professores preparam os alunos e como os professores avaliam os resultados da OBMEP, além de pesquisa bibliográfica sobre OBMEP, no Ministério da Educação- MEC, e autores como Silva (2013), Marafon ( 2006), a importância dos estudos realizados sobre a Etnomatemática para a elaboração das questões por meio do contexto voltado para a educação escolar indígena. Para isso, realizamos entrevistas com os professores, alunos e gestores da escola municipal indígena da aldeia Jaguapiré no município de Tacuru/MS. Os resultados mostraram em relação ao material da OBMEP que a prova está de acordo com a matemática ocidental (não indígena), e isso dificultam muito os alunos resolverem a prova. Por que entendemos que a cada tribo indígena tem sua maneira de matematizar, isto pode ser compreendido através dos estudos realizados na Etnomatemática. E esta prova acaba trazendo questões fora da realidade e por isso os alunos não tem interesse. A falta de interesse pode ser causado pelo nível de dificuldade dos alunos em interpretar e realizar os cálculos, o que ocorre também no contexto educacional dos não indígenas. A escola só faz essa prova porque tem pessoa (coordenador OBMEP) que inscreve a instituição escolar não promove um diálogo mais próximo da escola, em alguns casos os alunos indígenas são culpados pelo baixo rendimento das turmas. Por sua vez a escola não tem material didático para trabalhar com os professores as questões abordadas na OBMEP. Os professores não fazem um planejamento e não elaboram as questões, nem mesmo na língua materna o guarani, o que dificulta para os alunos, principalmente no 6º ano, pois até 5º ano os alunos só falam na língua materna. Outro ponto é processo instalado na escola da competividade de um aluno contra outro e difere da cultura indígena. Assim a OBMEP para a comunidade indígena não obtém os resultados esperados para a qualidade do ensino na educação básica.

Palavras_chave: Educação Matemática; Educação Escolar Indígena; (OBMEP) Olimpíada brasileira de Matemática.