Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, v.1, n.1 - I Congresso Nacional de Educação Matemática da Grande Dourados

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O COMÉRCIO DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS NA ALDEIA POTRERO GUASSÚ NO MUNICÍPIO DE PARANHOS-MS, NA FRONTEIRA ENTRE BRASIL E PARAGUAI
Matilde Gomes

Última alteração: 2018-09-13

Resumo


Este trabalho de pesquisa trata de um tema atual vivido pela comunidade guarani da aldeia Potrero Guassú no município de Paranhos no estado do Mato Grossos do Sul, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai . A aldeia fica a uma distância de 7 km da cidade de Paranhos -MS, onde residem aproximadamente 180 famílias guarani, com uma área total de 4.125 hectares, mas somente 1.125 hectares estão ocupados pelas famílias guarani atualmente. O tema surgiu baseando se nos estudos pesquisados sobre a Etnomatemática, por meio do diálogo ocorrido em sala de aula com a professora Maria Aparecida Mendes, enquanto discutíamos a realidade vivida na comunidade indígena em relação ao comércio. Assim a pesquisa faz uma reflexão sobre o comércio e o uso do produtos industrializados dentro da própria comunidade guarani, residente na aldeia Potrero Guassú, e como eles lidam com esses comércios, enfim discute também o que as pessoas da comunidade acham sobre isso e como pode ser apresentado esse tema para ser discutido na escola como conteúdo de matemática. Sendo assim o objetivo dessa pesquisa procuramos buscar as respostas das seguintes perguntas: Como a comunidade indígena lida com o comércio? O que eles pensam em relação a isso? Qual foi o objetivo das pessoas que investiram nisso? Como esse assunto pode ser trabalhado na escola? e para isso a investigação realizou se com diversos segmentos da comunidade indígena como os jovens, os donos do comércio, as pessoas mais velhas, por meio das conversas informais, para entender a realidade vivenciada na aldeia, e também foram aplicados questionários para os alunos de 9º ano do ensino fundamental. Para isso o referencial teórico para a investigação do tema foi por meio da Etnomatemática, com os conhecimentos de Ubiratan D‟Ambrósio e papel da reciprocidade na comunidade com o apoio de Chateaubriand Nunes Amâncio. Podemos observar com o trabalho de campo que o comércio da aldeia envolve os saberes matemáticos no dia a dia das pessoas da comunidade, é um tema que envolve dinheiro, lucros, dívidas, trocas de produtos, faz parte da realidade da aldeia, portanto deve ser trabalhado na escola, não apenas área de  matemática, mas envolve outros conteúdos que podem ser trabalhados através da interdisciplinaridade. Ao compreendermos uma situação do cotidiano dos alunos, como o comércio na aldeia indígena, podemos potencializar os saberes matemáticos em sala de aula e rediscutir as práticas curriculares. Assim, tornamos a matemática mais significativa, crítica e propiciando mudanças nas relações internas da comunidade local. Desenvolvimento do planejamento por meio de projetos pode favorecer ao professor múltiplas ações para suprir as dificuldades dos alunos. Pois os mesmos estarão mais receptivos com o tema, pois faz parte da sua realidade, isso pode ser visto quando foi apresentado o tema comércio na aldeia. Portanto pode ser trabalhado na matemática em diversos conteúdos como números e operações, matemática financeira, em todas as modalidades de ensino tanto fundamental como ensino médio. Além da matemática pode se realizar a interdisciplinaridade entre as outras disciplinas do currículo escolar como ciências, história e dentre outras.

Palavras-chaves: Comércio. Educação matemática .Etnomatemática