Motivados pela crescente discussão que atravessa documentos oficiais e pesquisas em Educação e Educação Matemática, este texto apresenta a síntese de uma pesquisa qualitativa que, a partir de um levantamento bibliográfico, visa provocar tensionamentos em uma forma estável de compreender a escola como organismo homogêneo, ampliando reflexões sobre a formação de professores de Matemática, de modo especial para atuação com Alunos com Necessidades Educacionais Especiais (ANEE). Para tanto, amparados em Bardin, tomamos como objeto de análise excertos de artigos sobre a temática em questão publicados nos anais do XIX Encontro Brasileiro de Estudantes de Pós-Graduação em Educação Matemática (EBRAPEM), realizado em Juiz de Fora-MG, no ano de 2015, a partir da qual construímos 3 categorias de análise: “A lei ajuda, mas não é suficiente”, “Um currículo para todos” e “Possibilidades para um  currículo outsider”. A partir de Norbert Elias, discutimos a relação entre os ANEE e os demais personagens do ambiente escolar. Nossa análise nos permite inferir que tanto as atividades propostas aos alunos como as competências profissionais docentes, apresentadas como possibilidade para o atendimento ao ANEE, não diferem muito daquelas comumente oferecidas no/para o ensino regular. Destacamos ainda o fato das pesquisas tratarem a criança com deficiência como um grupo disjunto do ambiente de aprendizagem coletivo e heterogêneo, sob o risco de reforçar a ideia de grupo “outsider”. Entendemos que uma reorganização curricular com parâmetro nas diferenças pode apresentar-se como possibilidade de superação de uma pseudo-inclusão e, a partir da desistigmatização do ANEE, contribuindo para sua integração intelectual.

Palavras-chave: Educação Matemática; Ensino de Matemática; Educação Especial; Inclusão.