Última alteração: 2021-09-29
Resumo
Após a suspensão das aulas presenciais para conter a transmissão da COVID-19, vamos analisar o relato de alguns professores de Matemática sobre o retrato da educação em tempos de pandemia e como ensinar por meio de aulas remotas. Embora as redes de ensino tenham adotado alguma forma de educação remota como plataformas virtuais, sites, aulas pela TV aberta e até uso de redes sociais para transmitir o material de ensino, ainda há muita dificuldade a ser vencida. Neste cenário, estamos diante de muitas críticas, principalmente, porque nem todos os alunos têm acesso à internet e a qualidade da aprendizagem não é a mesma nas aulas presenciais. Além disso, não houve tempo de preparar os docentes para a situação atual. Nosso objetivo de pesquisa consiste em observar como professores de Matemática desenvolvem aulas remotas buscando uma real aprendizagem dos conteúdos e não apenas o cumprimento da carga horária. Vamos analisar o relato de seis professores de matemática das redes privadas e públicas nas esferas estaduais e municipais de ensino na cidade de Campina Grande, Paraíba, sobre o retrato da educação em tempos de pandemia e como eles estão ensinando por meio de aulas remotas. O relato se deu por meio do aplicativo WhatsApp. Para 90% dos professores observados, ensinar matemática por meio de recursos tecnológicos é bastante desafiador. Alguns professores acreditam que um erro comum é achar que basta gravar a aula e transmiti-la online para fazer os alunos aprenderem. O aluno provavelmente vai ouvir dez minutos e desligar. Outro fator determinante é o alcance dos alunos a essas aulas. Professores da rede pública afirmam que apenas 30% dos alunos estão acompanhando essas aulas. Enquanto que professores da rede privada afirmam que 90% dos alunos participam das atividades remotas, sejam elas online ou atividades entregues aos pais na escola. Neste momento, a única certeza que temos é de criar estratégias para que a aprendizagem de fato aconteça e fazer algo para que não aumentem as desigualdades educacionais, seja por falta de acesso dos recursos tecnológicos dos menos favorecidos ou por falta de auxílio das famílias com as atividades.