Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, 13º Encontro Nacional de Ranicultura (Enar) e 4º International Meeting on Frog Research and Technology (Technofrog)

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O formaldeído é tóxico para girinos de rã-touro?
Juliana Macedo Santana¹, Mikel Eduardo de Mello¹, Beatriz Araujo Secall¹, Claudia Maris Ferreira Mostério

Última alteração: 2020-11-09

Resumo


Estudos ecotoxicológicos utilizando anfíbios têm se ampliado em consequência do declínio mundial desses animais. Isto vem ocorrendo em razão de alguns fatores, como a destruição da biodiversidade e a infecção por doenças emergentes, dentre elas a quitridiomicose e a ranavirose. Diante disso, protocolos de desinfecção vêm sendo testados no tratamento de diversas doenças, em especial, à quitridiomicose, doença causada pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis. O formaldeído é um conhecido bactericida, fungicida e antiparasitário utilizado na aquicultura e que também pode ser usado na criação de rãs. Com base nisso, este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial tóxico do formaldeído sobre girinos de rãtouro (Lithobates catesbeianus), para que este químico possa ser usado em processos de desinfecção. Realizamos a exposição dos animais a concentrações subletais de formaldeído (5,26mg/L, 1,05mg/L e 0,10mg/L), além do controle negativo e positivo (Dicromato de Potássio 10.000mg/L). A experimentação foi conduzida por 12 dias e avaliamos a mortalidade e o potencial genotóxico através da aplicação do teste de micronúcleos. A experimentação foi semi-estática com troca de água e reintoxicação a cada 48h, e a densidade de girinos que pesavam 9,43±1,38g foi de 1/L. Não houve mortalidade ao longo do experimento e constatamos uma relação positiva entre a contagem média de micronúcleos e o tempo de exposição (p < 0,001), porém não houve relação com a dosagem de formaldeído (p = 0,136). Foi observada citotoxicidade, consistindo no aumento do número de eritrócitos com carioteca alterada, mas também sem diferenças significativas, indicando que o formaldeído nestas concentrações não gerou efeitos nocivos que pudessem ser evidenciados através dos biomarcadores utilizados. Entretanto, vale ressaltar que não é seguro afirmar que o formaldeído possa ser utilizado como desinfetante para a espécie de estudo, devido à necessidade da realização de testes complementares que avaliem outros possíveis efeitos adversos da exposição às baixas concentrações.

Palavras-chave: genotoxicidade, citotoxicidade, hematologia, anfíbios, quitridiomicose.