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O presente artigo analisa a situação das crianças Guarani e Kaiowá em situação de acolhimento no município de Dourados-MS, já que correspondem cerca de 70% das crianças acolhidas. São apontados motivos diversos para esse afastamento do lar, abandono, maus tratos, negligência, etc. Assim, busca-se entender essa situação através das análises dos processos de Medida de Proteção (aldeias arquivos), como os agentes do Estado avaliam qual é o melhor interesse dessas crianças, em contraponto com o que pensam as mulheres Guarani e Kaiowá, pois para elas, essa retirada compulsória sem o mapeamento da parentela interessada configura-se genocídio. Percebe-se pelos discursos dos agentes, que as crianças indígenas em situação de acolhimento são a todo momento re-vitimizadas. Dessa forma, este artigo entrelaça o olhar antropológico com as interfaces dos processos judiciais, numa perspectiva de dar luz à problemática anunciada.