Última alteração: 2019-12-16
Resumo
O presente trabalho visa mostrar como os jovens rappers Kaiowá explicam a realidade atual da reserva de Dourados em suas letras, lançando mão de conhecimentos adquiridos do jargão do universo hip hop, mas também do ambiente escolar indígena.Em suma, interpretamos o rap indígena como uma estratégia de visibilidade, como um desejo de marcar uma diferença frente aos não-indígenas pela construção de uma dupla autenticidade (indígena e periférica), ressaltando a permanência da cultura e também como um modo de produzir relações com uma parcialidade do mundo não-indígena.A identidade produzida pelo rap é construída pela captura de um ponto de vista externo. Isto é, até mesmo o movimento de estabilização produzido pela produção da indianidade obedece a um movimento voltado para o exterior do sócius, de modo que este movimento venha a sanar o desejo de produzir relações com o mundo dos brancos e a necessidade de adquirir práticas e bens materiais alheios a seu mundo.