Última alteração: 2016-10-25
Resumo
Este trabalho é um recorte da dissertação “Entre discursos e territorialidades: uma análise antropológica das práticas institucionais no Hospital Universitário da Grande Dourados – MS”, que buscou entender de que forma as várias territorialidades e discursos desta instituição de saúde moldavam e controlavam o comportamento dos sujeitos que circulavam por este território. A lógica de funcionamento desta instituição está alicerçada sobre o dispositivo disciplinar de esquadrinhamento dos sujeitos produzindo sobre eles um saber para dominá-los. Contudo, este fato não impede que movimentos de contrapoder ou de resistência ocorram dentro da instituição.
Por um lado, há subjetividades ditas, como aquelas ligadas à pessoalidade e aos sujeitos transformados em índices, como o estatístico, econômico e pedagógico, entre outros. Por outro lado, há as vozes contidas e as falas interditadas, marcas características dos sujeitos indígenas e dos sujeitos psiquiátricos. Estes representam a marca da diferença radical e também aqueles que não se submetem à ordem vigente, tornando-se facilmente um hóspede malquisto.
A partir desta problemática, o intuito do presente trabalho é refletir sobre as estratégias de resistência destes sujeitos frente aos poderes disciplinares que tentam submetê-los à ordem e apagar as diferenças. Assim, pretende-se apreender de que forma, mesmo tendo suas falas interditadas, esses sujeitos conseguem construir estratégias de fuga que subvertem à lógica dominante no hospital, pautado sob o olhar biomédico de saúde.
Palavras-chave: Instituição Hospitalar. Disciplina. Contrapoder. Diferenças.