Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, I Seminário Internacional Etnologia Guarani: diálogos e contribuições

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Mulheres Kaiowá e Guarani: invisibilidade e pertencimento
Marlene Ricardi de Souza

Última alteração: 2016-10-28

Resumo


O trabalho ora apresentado diz respeito às mulheres Kaiowá e Guarani do estado do Mato Grosso do Sul, aos relatos dessas mulheres sobre suas trajetórias de vida, luta e sobrevivência, em meio a uma sociedade preconceituosa, a sul-mato-grossense. Os relatos aos quais nos referimos foram feitos/ditos pelas mulheres indígenas em ocasiões como: Aty Kunhanguê (Grande Assembleia das Mulheres Indígenas), na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da Violência contra as Mulheres do Senado Federal, que realizou oitiva e Audiência Pública no Mato Grosso do Sul e, na 4@ ação da Marcha Mundial das Mulheres (Movimento Feminista de atuação em âmbito internacional) em Dourados MS. O Mato grosso do Sul é o estado brasileiro com a segunda maior população indígena, e uma das unidades da federação que mais viola os direitos humanos e constitucionais dos povos indígenas que aqui habitam. A espoliação, a violência e as violações são uma constante há muitos séculos e continua a acontecer nos dias de hoje.   Os Kaiowá e Guarani presentes no sul do estado e nos municípios  em áreas de fronteira são os mais afetados por essa prática de violências, assassinatos e expropriação dos seus territórios ancestrais. Nesse contexto, as mulheres indígenas sofrem muitas privações, perseguições e violências. Essas mulheres são arrancadas de seus barracos no meio da noite, por tiros e fogo ateado em suas humildes moradias.  Muitas vezes violentados, humilhadas, desassistidas. Todavia continuam a sua peregrinação e luta em suas aldeias, e nas áreas de retomada onde está o seu território de pertencimento: o seu Tekoha. A invisibilidade das vidas vividas por essas mulheres, das rezadoras (nhandesi), que são lideranças religiosas de suas comunidades, respeitadas por seu povo pela sabedoria, conhecimento e relação com a espiritualidade maior, às mulheres liderança das áreas de retomada. O objetivo desse artigo é visibilizar as mulheres indígenas que lutam incessantemente enfrentando problemas em suas e de suas comunidades como a saúde, segurança, educação, violência doméstica e institucional.

PALAVRAS-CHAVE: mulheres indígenas; invisibilidade; luta; CPMI da Violência contra as Mulheres; territórios tradicionais



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