Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, I Seminário Internacional Etnologia Guarani: diálogos e contribuições

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O PROGRAMA MOSARÁMBIHÁRA: semeadores do bem viver Kaiowá
Eliel Benites, Gilmar Galache, Renata Oliveira Costa

Última alteração: 2016-10-28

Resumo


O Programa de Formação Mosarambihára teve sua discussão iniciada em um encontro realizado na Vila São Pedro (Dourados/MS) nos dias 18 e 19 de novembro de 2013, quando um desenho inicial foi discutido entre as lideranças presentes. Esse primeiro desenho do programa oportunizou um tipo de formação diferenciada nas áreas de referência, inspirada na experiência de Caarapó com a Unidade Experimental ligada à Escola Indígena Nhandejara Polo, na aldeia Te’yikue, com mais de dez anos de trabalho de produção de alimento, como parte do currículo da escola.

O acordo começou a ser negociado entre a UGP/GATI (Unidade Gestora do Projeto GATI – Gestão Ambiental e Territorial Indígena) e a ASCURI (Associação Cultural de Realizadores Indígenas), tendo sido assinada em julho de 2015. Durante um ano e meio de execução, o programa realizou diversos pré-módulos e módulos, seminário final e sistematização, assim como duas oficinas de audiovisual, uma em área Kaiowá Guarani e outra em área Terena. A atuação do Programa foi localizada nas áreas de referência do Projeto GATI: Terra Indígena Sassoró, Terra Indígena Jaguapiré, município de Tacuru e Terra Indígena Pirakuá, município de Bela Vista, além da Terra Indígena Te’yikuê, no município de Caarapó.

Os mosarambihára são pessoas, geralmente jovens que se envolveram com o programa, por estarem mais sensíveis com a questão ambiental, da territorialidade e seus conflitos e da transmissão de conhecimentos tradicionais. O objetivo que guiou todas as ações foi compreender o processo histórico dos impactos ambientais sobre as terras e territorialidades indígenas e também o que significa todas essas questões na atualidade, ou seja, o que é a mata, a floresta, as sementes, a agricultura na visão tradicional Kaiowá e Guarani.

Assim, cada etapa do programa trouxe algum tipo de aprendizado sobre as articulações que devem ser feitas para o retorno (na grande maioria dos casos) ou a manutenção (em pouquíssimos casos) da sustentabilidade da vida nos territórios Guarani e Kaiowá. Todo planejamento feito pela equipe em algum ponto tornava-se orgânico e se modificava de acordo com as demandas, para que o módulo pudesse acontecer. Caso o planejamento fosse feito de uma forma que não pudesse ser modificado, a equipe não teria conseguido realizar as atividades propostas.

Nesse sentido, o presente trabalho pretende revelar alguns detalhes e possíveis recomendações para a continuidade do trabalho com os Mosarambihára. Igualmente pretende fazer uma análise sobre as contribuições do programa para com a gestão territorial das áreas Kaiowá e Guarani do Cone Sul do estado de Mato Grosso do Sul e para a compreensão de alguns aspectos da territorialidade indígena.

 

 


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