Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, I Seminário Internacional Etnologia Guarani: diálogos e contribuições

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Etnografia Escolar na Reserva Indígena de Dourados: A problemática da língua materna
Katia Regina Moura de Castro

Última alteração: 2016-10-28

Resumo


Com base na pesquisa que estou realizando, pretendo apresentar algumas reflexões no que tange à manutenção e ao fortalecimento da língua materna dos povos indígenas. Diante da complexidade existente na Reserva Indígena de Dourados, as línguas indígenas sofreram um grande impacto devido à pressão da língua portuguesa sobre o cotidiano indígena, seja laboral ou de simples convivência com o entorno. A Reserva Indígena de Dourados possui duas Aldeias: Aldeia Bororó e Aldeia Jaguapiru. Sua criação é resultado de um projeto evidente de colonização e civilização que desconsiderou as especificidades étnicas e culturais de cada povo ali confinado: Kaiowá, Guarani e Terena. Foi ainda estimulada pela política indigenista oficial a interação forçada com a sociedade circundante a fim de promover e acelerar a integração, especialmente dos Guarani/Kaiowá, aos costumes da sociedade local e nacional. Portanto podemos notar o quanto a vida interna nas aldeias foi e continua a ser influenciada pelo contato externo com os não índios, que com certeza interfere na língua materna falada, mas também pela ação da escola e de outros agentes, sejam religiosos, civis ou do estado brasileiro. Entretanto, como é possível perceber através da investigação em curso, a escola pode ser um espaço de revitalização das línguas indígenas, processo garantido pela Constituição Federal de 1988 e por políticas públicas para a educação escolar indígena, como a Ação Saberes Indígenas na Escola e cursos de formação específicos, como a Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu e Normal em Nível Médio Ára Verá.

Palavras chave: língua materna; educação indígena; escola.

 


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