Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, v. 2 n. 2: XI Simpósio e IV Semana Acadêmica de Nutrição da UFGD

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EFEITO DE PROBIÓTICOS EM INDICADORES BIOQUÍMICOS E SUBJETIVOS DE FOME E SACIEDADE EM INDIVÍDUOS COM SOBREPESO OU OBESIDADE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA.
Ludmilla Quaresma Teixeira Cabral

Última alteração: 2019-08-26

Resumo


Introdução e Objetivos: Indivíduos com sobrepeso e obesidade apresentam mediadores neuro-humorais relacionados à fome e saciedade desregulados devido ao excesso de tecido adiposo e desequilíbrio da microbiota intestinal. Os probióticos têm sido apresentados como uma estratégia promissora na regulação de desordens metabólicas e neuroendócrinas relacionadas com a fome e saciedade, através da influência que possuem na modulação da microbiota intestinal e na produção de metabólitos intestinais. O objetivo deste estudo foi realizar um sumário da literatura sobre os efeitos de probióticos em indicadores bioquímicos e subjetivos de fome e saciedade em indivíduos com sobrepeso ou obesidade. Métodos: Uma revisão sistemática foi realizada até o dia 20 de março de 2019 em nove bases de dados eletrônicas, incluindo uma verificação manual das referências dos estudos incluídos e de revisões relacionadas com o tema, sem o uso de qualquer filtro. Todas as etapas da pesquisa foram criteriosamente baseadas nas recomendações da declaração PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Esta revisão está registrada na base PROSPERO, sob o código CRD42019126910. Resultados: Sete ensaios clínicos randomizados cumpriram os critérios de elegibilidade e foram incluídos nesta revisão sistemática representando um total de 307 participantes. Quatro estudos avaliaram a leptina, quatro a insulina, três a adiponectina, um único estudo avaliou a resistina, um o GLP-1, GLP2 e glucagon e um a nesfatina-1, adropina e omentina-1. Somente dois estudos relataram alterações significativas nas concentrações de indicadores bioquímicos, o estudo que analisou o GLP-1, GLP-2 e a insulina relatou aumento das concentrações séricas no grupo probiótico, enquanto outro estudo observou diminuição significativa de adropina-1 e omentina-1 no grupo placebo. Os demais estudos não observaram diferenças significativas nos indicadores bioquímicos. Em três ensaios a intervenção foi composta por somente uma cepa probiótica (pediococos ou bifidobacterias ou lactobacilos) e os demais ensaios utilizaram múltiplas cepas probióticas (estreptococos e/ou lactobacilos e/ou bifidobactérias). Seis estudos foram classificados como alto risco de viés e apenas um em algumas preocupações. Nenhum estudo que cumpriu os critérios de elegibilidade avaliou indicadores subjetivos. Conclusões: Alguns tipos de probióticos podem modular as concentrações de indicadores bioquímicos relacionados à fome e saciedade, entretanto, considerando o alto risco de viés avaliado em quase todos os estudos incluídos não é viável recomendar o uso clínico destes ingredientes alimentares para auxiliar na regularização dos mecanismos de fome e saciedade em indivíduos com sobrepeso e obesidade. Sugere-se que ensaios clínicos randomizados futuros nesta área realizem um adequado detalhamento metodológico e de resultados obtidos. Palavras-chave: Sobrepeso. Obesidade. Probióticos. Fome. Resposta de Saciedade. Revisão Sistemática.