Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, v. 2 n. 2: XI Simpósio e IV Semana Acadêmica de Nutrição da UFGD

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Úlceras venosas: atendimento clínico nutricional e tratamento em um usuário atendido em um hospital de retaguarda
Raquel Santiago Hairrman, Letícia Szulczewski Antunes da Silva, Yulle Fourny Barão, Rafael Alves Mata de Oliveira, Natali Camposano Calças, Luciane Perez da Costa

Última alteração: 2019-09-03

Resumo


Introdução: As úlceras venosas constituem-se um sério problema de saúde pública, em função do grande número de pessoas acometidas, provocando sofrimento e interferindo na sua qualidade de vida. A úlcera venosa é uma complicação tardia da insuficiência venosa crônica e pode surgir por traumas ou espontaneamente, geralmente nos membros inferiores. Objetivo: Descrever a relevância do atendimento clínico nutricional no paciente com úlcera venosa. Métodos: Paciente do sexo masculino, 66 anos, internou em um hospital de retaguarda, após aparecimento da segunda úlcera venosa. A primeira lesão havia sido fechada à cinco meses, paciente fez intervenção cirúrgica através de enxerto. Após surgimento da segunda lesão, foi internado para bateria de exames e aprofundamento do histórico clínico da doença. Chegou em desnutrição grau moderado e com baixa ingestão alimentar, consumindo dieta livre para hipertensos. Com a anamnese foi observado baixa ingesta proteica (0,8g/kg peso) e risco nutricional através da utilização da Nutrition Risk Screening (NRS 2002), que pontuou >3 pontos, além de apresentar baixo peso, segundo o Índice de Massa Corporal (IMC) obtendo valor de 19,3 kg/m². Resultados: Observou-se no exame físico-nutricional que o paciente apresentava-se hipocorado, desidratado, pele ressecada, sem presença de edema e sintomas gastrointestinais. Após a avaliação nutricional completa, foi sugerida uma dieta por via oral na consistência livre, hiperproteica (1,5g/kg peso) e suplementação calorico proteico, nutricionalmente completo, sem fibras, três vezes ao dia com 100 ml em cada horário, monitorando função renal semanalmente. Com o acompanhamento nutricional diário, foi feito algumas alterações na dieta do paciente, trazendo apetência e estimulando a sua ingesta alimentar, onde foi evoluída para 100% do ofertado. Foram realizadas orientações, educação em saúde, com ênfase na baixa ingesta hídrica. Após quatro meses, paciente foi de alta com a úlcera totalmente fechada e evoluiu o estado nutricional para desnutrição leve, segundo parâmetros de IMC. Foi observado ganho de 5 kg em casa, decorrente das orientações fornecidas. Conclusão: A importância de um atendimento adequado á este usuário possibilitou uma evolução favorável do processo de cicatrização e prevenção do aparecimento de novas lesões, possibilitando menos sofrimento e melhor adesão ao tratamento.

Unitermos: úlcera venosa, nutrição, reabilitação.