Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, v. 2 n. 2: XI Simpósio e IV Semana Acadêmica de Nutrição da UFGD

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PERFIL E INTERVENÇÕES NUTRICIONAIS EM UMA PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
Raquel Santiago Hairrman, Letícia Szulczewski Antunes da Silva, Yulle Fourny Barão, Rafael Alves Mata de Oliveira, Natali Camposano Calças, Letícia Ribeiro Moreira, Luciane Perez da Costa

Última alteração: 2019-09-03

Resumo


Introdução: A insuficiência renal aguda (IRA) atinge mais de 13 milhões de pessoas no mundo. Considera-se que aproximadamente 1,7 milhões morram anualmente pela patologia, além de ser fator de risco para o desenvolvimento de doença renal crônica (DRC). A abordagem nutricional adequada, principalmente na presença de hipertensão arterial (HAS) e diabetes mellitus tipo 2 (DM tipo 2) é de fundamental importância para a recuperação e prevenção de complicações, além da diminuição da morbidade e mortalidade. Objetivos: Narrar o perfil e intervenções nutricionais no paciente portador de IRA, por meio de abordagem individualizada. Metodologia: Trata-se de um trabalho descritivo transversal, que retrata o caso de uma paciente transferida para um hospital de retaguarda após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e estabilização hemodinâmica. Foi aplicada anamnese nutricional de admissão e avaliou-se peso, IMC (índice de massa corporal), circunferência da panturrilha (CP) e exames bioquímicos, em maio de 2019. Resultados: Paciente do sexo feminino, 70anos, com diagnóstico de AVC Isquêmico, portadora de DM tipo 2 e HAS. Logo na admissão em um hospital de retaguarda, checou-se parâmetros bioquímicos como: Taxa de filtração glomerular (TFG) de 23,17 ml/min/1.72m², Ureia de 122 mg/dl, Creatinina de 3,30 mg/dl, Sódio 139 mEq/l e Ácido úrico de 8,2 mg/dl, em que foi evidenciado quadro de IRA e desidratação. Na anamnese foi possível identificar uma história dietética inadequada, com alto consumo de ultraprocessados, carboidratos refinados, abuso de álcool e não adesão a terapia medicamentosa para controle de glicemia e pressão arterial. A avaliação antropométrica revelou IMC de 24,11 kg/m2 (eutrófico) entretanto, houve perda grave de peso (17,76% em 15 dias) pois era sobrepeso e CP de 32cm. Para manuseio do quadro clínico foram adotadas intervenções nutricionais pontuais como: dieta normoproteica, hipossódica, suplementação de firas e redução de purinas da alimentação para normalização de ácido úrico, que resultou em normalização nos exames bioquímicos e interrupção no quadro de vômitos. Recebeu orientações para adesão farmacológica, alimentação balanceada rica em fibras e carboidratos complexos e diminuição da ingestão de álcool, adequado consumo de água, visto que, apresentou baixa ingestão hídrica, além de conscientização sobre riscos da não adesão ao tratamento. Conclusão: Diante disso, é possível observar que, a não adesão ao tratamento do DM tipo 2 e HAS, pode além do AVC, levar a IRA mesmo em um hospital de retaguarda, e que o nutricionista tem papel fundamental para um melhor prognostico, principalmente no momento da alta, além de ser trabalhado orientações nutricionais por toda a equipe multiprofissional, juntamente com reeducação nutricional logo na admissão. E por se tratar de uma paciente idosa que vem com maus hábitos a vida toda, o mais importante na reeducação alimentar e reduzir os danos, como por exemplo em relação ao consumo de álcool que o mais ideal é que se ensine a tomar com segurança e não levar a restrição, para melhores resultados.

 

Palavras-chave: Terapia Nutricional Individualizada. Doença renal aguda. Prognóstico Nutricional.