Última alteração: 2019-09-03
Resumo
Introdução: A insuficiência renal aguda (IRA) atinge mais de 13 milhões de pessoas no mundo. Considera-se que aproximadamente 1,7 milhões morram anualmente pela patologia, além de ser fator de risco para o desenvolvimento de doença renal crônica (DRC). A abordagem nutricional adequada, principalmente na presença de hipertensão arterial (HAS) e diabetes mellitus tipo 2 (DM tipo 2) é de fundamental importância para a recuperação e prevenção de complicações, além da diminuição da morbidade e mortalidade. Objetivos: Narrar o perfil e intervenções nutricionais no paciente portador de IRA, por meio de abordagem individualizada. Metodologia: Trata-se de um trabalho descritivo transversal, que retrata o caso de uma paciente transferida para um hospital de retaguarda após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e estabilização hemodinâmica. Foi aplicada anamnese nutricional de admissão e avaliou-se peso, IMC (índice de massa corporal), circunferência da panturrilha (CP) e exames bioquímicos, em maio de 2019. Resultados: Paciente do sexo feminino, 70anos, com diagnóstico de AVC Isquêmico, portadora de DM tipo 2 e HAS. Logo na admissão em um hospital de retaguarda, checou-se parâmetros bioquímicos como: Taxa de filtração glomerular (TFG) de 23,17 ml/min/1.72m², Ureia de 122 mg/dl, Creatinina de 3,30 mg/dl, Sódio 139 mEq/l e Ácido úrico de 8,2 mg/dl, em que foi evidenciado quadro de IRA e desidratação. Na anamnese foi possível identificar uma história dietética inadequada, com alto consumo de ultraprocessados, carboidratos refinados, abuso de álcool e não adesão a terapia medicamentosa para controle de glicemia e pressão arterial. A avaliação antropométrica revelou IMC de 24,11 kg/m2 (eutrófico) entretanto, houve perda grave de peso (17,76% em 15 dias) pois era sobrepeso e CP de 32cm. Para manuseio do quadro clínico foram adotadas intervenções nutricionais pontuais como: dieta normoproteica, hipossódica, suplementação de firas e redução de purinas da alimentação para normalização de ácido úrico, que resultou em normalização nos exames bioquímicos e interrupção no quadro de vômitos. Recebeu orientações para adesão farmacológica, alimentação balanceada rica em fibras e carboidratos complexos e diminuição da ingestão de álcool, adequado consumo de água, visto que, apresentou baixa ingestão hídrica, além de conscientização sobre riscos da não adesão ao tratamento. Conclusão: Diante disso, é possível observar que, a não adesão ao tratamento do DM tipo 2 e HAS, pode além do AVC, levar a IRA mesmo em um hospital de retaguarda, e que o nutricionista tem papel fundamental para um melhor prognostico, principalmente no momento da alta, além de ser trabalhado orientações nutricionais por toda a equipe multiprofissional, juntamente com reeducação nutricional logo na admissão. E por se tratar de uma paciente idosa que vem com maus hábitos a vida toda, o mais importante na reeducação alimentar e reduzir os danos, como por exemplo em relação ao consumo de álcool que o mais ideal é que se ensine a tomar com segurança e não levar a restrição, para melhores resultados.
Palavras-chave: Terapia Nutricional Individualizada. Doença renal aguda. Prognóstico Nutricional.