Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um grave problema de saúde pública de difícil controle por inúmeros motivos – mesmo que tratamentos efetivos para o combate a ela já estejam acessíveis à população no Sistema Único de Saúde (SUS). Aproximadamente mais da metade dos pacientes com HAS abandonam o tratamento um ano após o diagnóstico e, dentro daqueles que continuam com acompanhamento médico, apenas cinco a cada dez fazem uso de medicamentos prescritos. Frente a isso, percebe-se que políticas de saúde intervencionistas que esclareçam a população quanto aos fatores de risco que levam ao desenvolvimento dessa condição – por possuir relação direta com o estilo de vida do indivíduo – são imprescindíveis. Objetivos: Assim, o objetivo desse trabalho é relatar a ação desenvolvida na disciplina de Saúde da Comunidade II por acadêmicos de Medicina da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) tendo em vista a alta prevalência de HAS na população brasileira, baixa adesão ao tratamento e como o conhecimento de ações básicas de diagnóstico e controle dos fatores de risco clássicos da HAS, como consumo excessivo de sal, álcool, tabagismo, excesso de peso, estresse constante, falta de atividade física e presença de diabetes são postos-chaves no combate a doença. Métodos: O projeto foi autorizado pela Secretaria Municipal de Saúde e pela Equipe de Saúde da Família da UBS Jardim Cuiabazinho, com a intervenção ocorrendo em duas etapas que seguiram a metodologia de problematização. Desse modo, a realidade enfrentada pela comunidade local foi observada e a partir disso foram definidas estratégias para uma ação efetiva, passando pela teorização, planejamento, hipótese de solução e aplicação de estratégias viáveis à realidade experimentada pela ESF. Resultados: A primeira etapa foi voltada ao conhecimento das urgências e vulnerabilidades apresentadas pela população à UBS Jardim Cuiabazinho e, a partir desse ponto, os acadêmicos diagnosticaram a necessidade de se promover a educação em saúde a respeito da hipertensão arterial. Desse modo, o segundo passo foi em direção a oferecer à comunidade ferramentas que a permitisse entender melhor o processo saúde-doença dessa patologia, bem como se familiarizar com medidas efetivas de prevenção e promoção de saúde. Realizaram, então, rodas de conversa, distribuição de panfletos e palestras orientando a comunidade a respeito da importância do diagnóstico precoce a HAS, correto tratamento da doença, assim como métodos práticos e efetivos no combate a ela, sobretudo no tocante a alimentação. Conclusão: Dessa maneira, é possível afirmar que a ação proporcionou ao grupo estudantil efetiva inserção na comunidade, revelando o cotidiano do serviço público de saúde e a visualização das circunstâncias que interferem no modo de adoecer das pessoas, assim como a necessidade e imprescindibilidade de se desenvolver projetos de educação em saúde. Além disso, a comunidade foi esclarecida de forma efetiva quanto a hábitos de vida que aumentam o risco de se desenvolver HAS, podendo, dessa forma, ganhar autonomia frente a uma doença crônica que acomete aproximadamente 20% da população brasileira.