Introdução: Diabetes mellitus (DM) é considerada um distúrbio endócrino e metabólico caracterizado por uma elevação nos níveis de glicemia, resultantes de uma secreção insuficiente ou resistência à insulina. A absorção de glicose nos tecidos periféricos acontece nos músculos e adipócitos desempenhando papel no equilibrio da glicose corporal. Por conta disso o aumento de glicose de forma abusiva pode levar a complicações como a síndrome metabólica. Atualmente, vários medicamentos estão sendo estudados para atuar na prevenção e controle do diabetes. Uma fonte importante  de pesquisa são as plantas medicinais, que pertencem aos mais antigos métodos de tratamento empregado pelo homem nas enfermidades. Entre elas, Bidens gardneri Baker que é conhecida como picão vermelho e tem sido utilizada no tratamento de diversas doenças, incluindo a diabetes. Objetivos: Portanto, esse estudo teve como objetivo avaliar o efeito do extrato da Bidens gardneri Baker (EABG) na determinação do conteudo de glicogênio muscular e hepático em ratos submetidos  ao teste oral de tolerância a glicose (TOTG). Métodos: Realizou-se o TOTG em ratos com diferentes doses do extrato (30 mg/kg, 100 mg/kg e 300 mg/kg). Para determinar o glicogênio muscular e hepático, o músculo sóleo e o fígado foram removidos dos animais ao final do TOTG. Os tecidos foram pesados e digeridos com KOH 30% sob fervura a 100 °C por 30 min. Após a fervura, foi adicionado etanol 95% e agitados, as amostras foram aquecidas durante 10 minutos seguidas de banho de gelo para precipitação do glicogênio. As amostras foram então centrifugadas a 300 r.p.m. durante 10 min. O sobrenadante foi descartado e o precipitado solubilizado em água. O conteúdo de glicogênio foi determinado pelo tratamento com reagente de iodo e posterior leitura em espectrofotômetro a 460 nm. Os resultados foram expressos em mg de glicogênio/g de tecido. Resultados: Objetivou-se determinar se o extrato pode aumentar a capacidade de armazenamento de glicose na forma de glicogênio na célula hepática e muscular após o tratamento no TOTG. No fígado e músculo encontramos aumento de glicogênio nos grupos tratados com EABG quando comparado com o grupo controle. A captação de glicose pelo músculo se dá através da liberação de insulina pela ativação da GLUT-4 e da diminuição da liberação de glicose pelo fígado, com sobrecarga de glicose aumenta a captação de glicose pelo fígado resultando em um aumento do armazenamento de glicogênio, tanto no fígado quanto no músculo. Assim, observamos um efeito anti-hiperglicêmico com o aumento do glicogênio muscular e hepático. Entretanto são necessários mais estudos para comprovar o mecanismo de ação do EABG.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Plantas medicinais; Hiperglicemia.