Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, Anais do III Workshop de Pós-Graduação em Zootecnia e Ciência Animal do Estado de Mato Grosso do Sul - 2016

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Manejo alimentar de ovinos crioulos e mestiços no litoral sul do Peru
I. S. Montesinos, M.C.S. Fioravante, J.R.B. Sereno

Última alteração: 2016-10-26

Resumo


Este trabalho objetivou caracterizar o manejo alimentar dos ovinocultores no município rural de Ite, região Tacna, litoral sul do Peru. Em 2012, foram entrevistados oito pastores aymara dos Humedales, os quais possuíam quantidades importantes de ovinos crioulos em seus rebanhos e 24 agricultores das chácaras, que valorizavam aos mestiços Hampshire Down. As respostas foram analisadas em frequências absolutas e relativas, assim como estatística descritiva. Nos Humedales, todos criadores realizavam pastoreio semiextensivo, na vegetação nativa desse ecossistema. Os animais saiam do curral pela manhã e voltavam à tarde para pernoitar, pastejando 9,5 horas a campo. Estes rebanhos ocasionalmente eram transumantes, alimentando-se de outro ecossistema costeiro chamado “Lomas”, que albergava flora nativa, a qual rebrotava nos morros áridos pelas chuvas que trazia o fenômeno de “El Niño”. Apenas 50% dos pastores suplementava à tarde, usando palha de milho (PDM). Nas chácaras, os ovinos eram criados em estaca (87,5%), semiextensivamente (4,2%) ou confinados (8,3%). Os 21 agricultores que usavam estaca, limitavam seus animais a um diâmetro de pastoreio, mediante uma corda amarrada ao pescoço e pelo outro extremo a uma vara metálica plantada no chão, geralmente em piquetes de alfafa com gado leitero. Destes agricultores, 47,6% estacava os animais a campo pela manhã, recolhendo-os à tarde no curral, utilizando 10 horas. O 52,4% restante carecia de instalações, estacando permanentemente os ovinos. Estes rebanhos eram suplementados com palha, silagem ou grão de milho. O agricultor que criava no semiextensivo, percorria outras chácaras com seu rebanho, buscando resíduos agrícolas (páprica) e grama, do meio día até cinco da tarde, quando voltavam ao curral para consumo de PDM. Os dois agricultores que confinavam seus ovinos, os alimentavam duas vezes ao dia, com alfafa, grama ou PDM. A metade dos pastores administrava ração, a fêmeas recém-paridas, reprodutores, crias e borregos. No entanto, apenas 16,7% dos agricultores a usavam, em ovelhas com cria ou quando faltava forragem no inverno. Em Ite, o manejo alimentar é de subsistência, sem muito investimento por parte dos ovinocultores, pela sua baixa renda ou atividades prioritárias, aliado a falta de orientação técnica estatal.

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