Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, Anais do III Workshop de Pós-Graduação em Zootecnia e Ciência Animal do Estado de Mato Grosso do Sul - 2016

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Simulação da perda da expectativa de lucratividade em função do ataque de onças a cordeiros com diversas idades em sistemas de produção distintos
A.M. Sousa, M.C. Silva, G.D.V. Britez, P.R. Lenis, K. Cansian, M. Retore, F.M. Vargas Junior

Última alteração: 2016-09-21

Resumo


O ataque de felinos selvagens em sistemas de produção animal é um problema que envolve produtividade, lucro e preservação da fauna brasileira. Utilizou-se um banco de dados real para estimar perdas, simulando-se ataques a cordeiros com quatro idades distintas (110, 130, 150 e 170 dias). Um total de 24 cordeiros foram divididos aleatoriamente em 4 sistemas de produção: A1,5% (piquetes de capim aruana (Panicum maximum) e suplementação concentrada com 1,5% do peso vivo (PV)); A3% (capim aruana e suplementação com 3% do PV), M1,5% (capim marandu (Brachiaria brizantha) e suplementação com 1,5% do PV), M3% (marandu e suplementação com 3% do PV). Os cordeiros foram introduzidos no criatório com 90 dias de vida e peso médio de 23 kg (±3), abatidos com peso máximo de 37 kg (±4). Nenhum cordeiro foi abatido depois de 190 dias. Estimativas de perda foram calculadas pelo método MVJ (método do valor justo), dando-se ênfase à expectativa de lucratividade (valor que o produtor rural teria, caso vendesse o cordeiro no mesmo dia da ocasião do ataque). De modo geral, perdas do lucro esperado com o ataque de onças variaram entre R$71,3 e R$ 85,9/cordeiro morto. O sistema de produção A1,5% apresentou o maior ganho de peso concomitante ao menor gasto por cordeiro). Assim, o maior impacto do ataque de onças foi atribuído ao sistema A1,5%, em que a estimativa de perda com 110 dias de vida foi de R$84,9/cordeiro morto. Isso representou um adicional de R$4,5, comparado ao sistema A3%, R$2,4 comparado ao sistema M1,5% e R$4,1 comparado ao M3%. A perda com 130 dias no sistema A1,5% foi de R$82,2/cordeiro morto (R$6,8 a mais que no sistema A3%, R$7,3 a mais que no sistema M1,5% e R$8,3 a mais que no M3%). A diferença entre o sistema A1,5% e M3% foi de R$12,6/cordeiro morto, considerando a idade de 150 dias, e de R$12,8/cordeiro morto comparando-se A1,5% e M1,5%. Esses valores poderão ser utilizados como parâmetros no desenvolvimento de políticas de sensibilização e de indenização a produtores que sofrem prejuízos com ataque de onças e que estão dispostos a serem parceiros na conservação da fauna nativa brasileira.

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