A energia é o principal nutriente limitante que afeta o potencial de produção de animais em lactação na qual não conseguem obter energia suficiente em suas dietas, resultando em um menor desempenho produtivo. Considerando que o aumento da densidade energética da dieta pode ser feito com base na adição de gordura, objetivou-se avaliar o efeito da suplementação com gordura protegida na produção de leite de búfalas Murrah. O experimento foi realizado na fazenda Ouro Negro (Bandeirantes-MS) e foram utilizadas 80 búfalas Murrah leiteiras no pós-parto com peso médio de 595 ± 57,6 kg, com idade entre 3 a 8 anos e divididas em dois tratamentos: CONTR (controle; n = 43) – animais receberam suplementação para atender o requerimento de nutrientes diários para manutenção de búfalas em lactação – e GORD (gordura; n = 37) – animais receberam a mesma dieta do CONTR, adicionada de 150 gr/animal/dia de gordura protegida do rúmen (ENERFAT® – Kemin). Os animais ficaram sob pastejo rotacionado de capim Panicum maximum cv. Mombaça e receberam os suplementos no período da manhã após a ordenha juntamente com a ração (2 kg/animal/dia), sendo a suplementação iniciada 15 dias após o parto e se estendeu por 90 dias. Os animais foram alocados nos tratamentos experimentais de acordo com a data de parto. As variáveis incluídas no modelo foram tratamento, categorial animal, dias em lactação e peso corpóreo. A análise estatística foi realizada utilizando software SAS (Statistical Analysis System, versão 9.2, SAS Inst. Inc., Cary, NC, EUA), através do GLIMMIX PROC com o tratamento nutricional como o efeito principal. Desse modo, não foi observado diferença (P>0.05) na produção de leite (kg/dia) entre os grupos (CONTR – 9.0±2.6; 8.6±2.7 e 8.2±2.3 kg/dia e GORD – 9.1±2.5; 8.68±2.68 e 8.24±2.2 kg/dia aos 30, 60 e 90 dias de lactação respectivamente. Por fim, conclui-se que a adição de 150g/animal/dia de gordura protegida na dieta de búfalas leiteiras não aumentou a produção de leite. No entanto, faz-se necessário avaliação da composição química do leite, pois apesar de não ter sido observado aumento na produção, especula-se um aumento na porcentagem de gordura no leite, elevando consequentemente a produção corrigida a 6,5%.