Última alteração: 2018-01-11
Resumo
A vitamina E possui ação de antioxidante natural e geralmente é consumida na forma oral através da dieta, entretanto, quando trata-se de ruminantes esse tipo de via pode sofrer interferência pelo processo de biohidrogenação da flora ruminal, o que diminui boa parte da vitamina a ser absorvida. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da vitamina E de uso parenteral sobre as características instrumentais da carne de ovinos machos inteiros. Utilizou-se 20 ovinos machos inteiros Pantaneiros com idade média de 1,64 ± 0,17 anos e peso ao abate 40,75 ± 6,02 quilos, do rebanho da Universidade Federal da Grande Dourados, confinados por um período de 86 dias. O período de adaptação as instalações e dieta foram de 30 dias, onde os animais receberam uma dieta contendo 50% concentrado (a base de farelo de soja e milho) e 50% volumoso (feno de aveia). Os animais foram divididos em quatro tratamentos ao acaso em: Controle (nenhuma aplicação), tratamento um mL (quatro aplicações por semana), tratamento dois mL (duas aplicações por semana) e quatro mL (uma aplicação por semana), totalizando quatro mL por semana por 56 dias de vitamina E ( acetato de α-tocoferol-100 mL 10 g-1) de forma parenteral. Após os 56 dias os animais foram abatidos por eletronarcose e de suas meias carcaças direitas foram retirados o músculo Longíssimus dorsi at lumborum, o qual foi utilizado para análise instrumental. Foram avaliados pH, cor, perda por cocção (PPC), capacidade de retenção de água (CRA) e força de cisalhamento (FC). O delineamento foi inteiramente ao acaso com cinco repetições por tratamento e os dados coletados foram submetidos à análise de variância e teste de médias Bonferroni a 5% de significância. Os valores para PPC foram maiores para o tratamento controle (39,08 ± 4,93), já no tratamento um mL foi menor (37,86 ± 3,25) e a FC maior no controle e menor no tratamento quatro mL (2,35 ± 0,53). Para intensidade de cor vermelha (A*) e amarela (L*), o tratamento de um mL apresentou maior média (19,15 ± 0,97 e 9,29 ± 1,45), respectivamente, sugerindo haver uma concentração maior de lipídeos intramuscular. Apesar de uma concentração maior de gordura apresentar uma sensação de maciez maior, a força de cisalhamento não apresentou diferença entre as médias. Entretanto, o valor em média encontrado nos tratamentos (± 2,95) encontra-se ainda inferior do que é recomendado (8 a 11), demonstrando a carne ser macia. Para os parâmetros avaliados, a vitamina E nessas dosagens não influenciou nas características instrumentais do músculo estudado.