Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, Anais do IV Workshop de Pós-Graduação em Zootecnia e Ciência Animal do Estado de Mato Grosso do Sul - 2017

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Tratamento químico da cama de frango sobre as características sensoriais da carne de frango de corte
Andrey Sávio de Almeida Assunção, Claudia Marie Komiyama, Juliana de Fatima Pereira de Lima, Nariane Silva Gonçalves, Ana Claúdia Ferreira de Andrade, Ednaldo Antonio de Andrade, Willian Cezar Maba, Diandra Nathaly de Araujo Bet

Última alteração: 2018-01-11

Resumo


A utilização de tratamento químico com acidificantes na cama de frango durante o vazio sanitário possui o potencial de melhorar o ambiente interno dos aviários por diminuir a volatilização de amônia e melhorar o bem-estar das aves, apresentando como consequência efeitos benéficos na qualidade da carne. Assim, objetivou-se avaliar o efeito de acidificante em cama de frango sobre as características sensoriais da carne de frango de corte. Utilizou-se quatro aviários comerciais de pressão positiva com 22.300 aves em cada e densidade de 12 aves/m² com cama de 6° reutilização. Aplicou-se na cama o acidificante a base de sulfato de cálcio ativado com ácido sulfúrico e filossilicato expandido, sendo 700g/m² no pinteiro antes do alojamento dos pintinhos e 300g/m² no restante do aviário após 14 dias do alojamento. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com dois tratamentos, sendo dois aviários tratados e dois sem qualquer tratamento. Aos 42 dias de vida, as aves foram abatidas em frigorífico comercial e coletou-se 10 peitos desossados por tratamento para a realização da análise sensorial. Os filés de peito de frango foram cozidas em chapa elétrica até atingir a temperatura interna de 85°C e servidas imediatamente aos 14 provadores. Avaliou-se aparência, aroma, sabor, maciez, suculência, mastigabilidade e aceitação geral através da escala não estruturada de nove pontos. Os resultados foram analisados pela ANOVA e as médias comparadas pelo teste Tukey (5%) no programa estatístico SISVAR. O uso do acidificante na cama de frango como forma de tratamento da mesma não alterou a aparência, aroma, sabor, maciez, suculência, mastigabilidade e aceitação geral da carne de frango. Os filés das aves criadas em cama acidificada e controle apresentaram valores próximos ao muito bom para a aparência da carne (6,98 e 6,68, respectivamente), aroma (7,07 e 7,00, respectivamente), sabor (6,68 e 6,55, respectivamente), suculência (5,92 e 5,69, respectivamente) e mastigabilidade (6,38 e 6,27, respectivamente). A aparência e aroma da carne desperta o consumo, e o sabor interage com as sensações do gosto e ao aroma. Essas características estão ligadas a memória sensorial dos consumidores e associadas a aceitação ou rejeição do produto. A maciez da carne apresentou valores próximo ao extremamente macio para ambos tratamentos de cama, acidificado e controle (3,09 e 3,15, respectivamente). Estes parâmetros se relacionam a estrutura miofibrilar e a quantidade de água intramuscular, ou seja, quanto mais água fixada no músculo, maior a maciez da carne. E também interagem ao estresse ambiental durante o processo de criação, já que aves submetidas a estresse prologado tem um rápido gasto das reservas de glicogênio durante o abate, propiciando carne mais rígida. A aceitação geral apresentou valores próximos ao muito bom para as aves criadas em cama acidificada e controle (6,60 e 6,64, respectivamente) indicando que as propriedades sensoriais do peito de frango foram mantidas. Assim, conclui-se que utilizar acidificante na cama de frango não promove alterações nas características sensoriais da carne de frango.

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