Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, Anais do IV Workshop de Pós-Graduação em Zootecnia e Ciência Animal do Estado de Mato Grosso do Sul - 2017

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Prejuízos causados por ataques de grandes felinos à produção de ovinocultura no Estado de Mato Grosso do Sul
Júlia Pandolfo, Agda Costa Valério, Ariadne Patricia Leonardo, Bianca Silva Santos, Luana Liz Medina Ledesma, Renata Alves das Chagas, Fernando Miranda Vargas Júnior, Maria Inês Lenz Souza

Última alteração: 2018-01-12

Resumo


O ataque de grandes felinos vem se tornando cada vez mais frequente no ecossistema do Cerrado e Pantanal, considerado um problema e muitas vezes inviabilizando a criação de ovinos e bovinos na região. Um caso recente está relacionado com um rebanho de conservação, os ovinos “Pantaneiros”, que recentemente foi alvo de ataques subsequentes por onças pardas (Puma concolor) na região de Dourados – MS. O objetivo deste trabalho é ilustrar para a sociedade acadêmica as perdas econômicas ocasionadas por ataques de onças pardas no ano de 2017. Os ataques ocorreram na fazenda experimental da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD, em um rebanho de ovinos domesticados mantidos em sistema extensivo. A área do ataque consiste em piquetes de variados tamanhos, com pastagem natural de Panicum maximum cv. Massai e Brachiaria Brizantha cv. BRS Piatã, e água ad libitum. Nos dias 20 e 23 de abril e 10 de julho de 2017, 46, 13 e um animais, respectivamente, foram atacados e mortos, totalizando 60 animais entre cordeiros, borregas, ovelhas matrizes Pantaneiras e Suffolks. Os mesmos foram encontrados com arranhões nas partes traseiras e ferimentos no pescoço. Os horários dos ataques variaram entre 03:00h e 11:40h da manhã, sendo que, somente uma carcaça foi consumida, não configurando, assim, o ato de predação. O prejuízo econômico causado foi de R$14.690,00 reais. Esse valor foi calculado com base no peso médio de um ovino (kg), nas suas diferentes categorias, multiplicado pelo número de animais mortos e pelo preço (R$) médio vendido no mercado atual, em que o preço médio do quilo vivo é de R$6,50 reais, o total de animais atacados foi de 22 borregas com média de peso de 25,00 kg e 38 matrizes com média de 45,00 kg, totalizando o valor do prejuízo estimado, não levando em consideração os cordeiros que ainda eram de leite. Além disso, o nível elevado de cortisol sanguíneo nos animais sobreviventes, devido aos ataques, gera prejuízos em toda a produção, como: perda de peso, problemas reprodutivos e, em casos extremos, abortos. Desse modo, considerando que um pequeno ou médio ovinocultor possui, em média, 100 cabeças de ovinos, este prejuízo significaria 60% de sua renda sobre a produção, o que impossibilitaria sua permanência na ovinocultura. Portanto, conclui-se que os ataques de grandes felinos são acontecimentos “naturais”, por serem animais da fauna brasileira, e não há muito a ser feito por parte dos produtores, senão através de sistemas de produção intensiva ou semi-intensiva, tornando a atividade mais onerosa e, muitas vezes, inviável aos produtores. Medidas governamentais através do poder público pode ser uma alternativa que venha a dar suporte aos produtores, como, por exemplo, um valor pago a cada animal que venha a óbito por esses ataques como forma de subsídio aos produtores, evitando a caça indiscriminada desses animais.

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