Os aspectos estruturantes do Brasil contemporâneo, assim como a realidade dos sujeitos neles inseridos, especialmente dos negros, devem ser contextualizados e analisados levando-se em consideração o passado colonial do país (Fernandes, 1968; Furtado, 1974; Williams, 2012). Nesse sentido, a tese concernente ao presente ensaio é que existe uma narrativa majoritária sobre o empreendedorismo no campo da Administração no Brasil e, assim, buscou-se identificar e discorrer sobre qual é, como se configura e quais são as implicações da citada narrativa majoritária sobre empreendedorismo para o racismo de cunho estrutural no Brasil, a fim de propor pistas epistêmicas para que tal aspecto seja mitigado no campo de pesquisa analisado. A fim de responder ao objetivo proposto, recorreu-se as conceitos de colonialidade do saber (Mignolo, 2017) e colonialidade do poder (Quijano, 2005), ambos relacionados à ótica decolonial, e racismo estrutural (Almeida, 2018). Aponta-se que a narrativa majoritária, acriticamente importada do norte global, fortalece o racismo estrutural, e, dessa forma, foram propostas três pistas para mitigar tal aspecto na área analisada.