Em nítido contraste com os avanços tecnológicos e científicos do início do século XXI, suas primeiras décadas testemunharam grandes escândalos financeiros associados a manipulações contábeis. Para conter a escalada dos danos à sociedade, legisladores, reguladores e órgãos de padronização procuraram emitir e fazer cumprir regras para assegurar a divulgação e a transparência das informações contábeis. Neste sentido, o IFRS, como um conjunto internacional de padrões contábeis, desempenha seu papel no resgate e no reforço da credibilidade de agentes e instituições em todo o mundo. Diante disto, a questão que se coloca é: em que medida as normas internacionais contribuiriam para a qualidade das demonstrações financeiras?  Em termos gerais, a resposta abrange principalmente o entendimento dos papéis do IASB e do IFRS, a convergência das normas contábeis brasileiras e o comportamento do praticante de contabilidade ao longo dessa mudança. Esta pesquisa é classificada como descritiva e bibliográfica. Quanto aos achados, a análise dos dados mostra, como primeira evidência, que não há consenso entre estudiosos e reguladores sobre uma fórmula conceitual para a qualidade da informação contábil. Os pesquisadores também divergem quanto aos benefícios potenciais da adoção das IFRS. Parece que para o pensamento majoritário, a adoção das IFRS significa uma melhoria considerável na qualidade da informação financeira. Oposto a essa visão, poucos estudos baseados em teorias comportamentais ou no conservadorismo condicional não encontraram evidências suficientes para apoiar as mesmas realizações documentadas pela corrente majoritária.