Sistema Eletrônico de Administração de Eventos da UFGD, XII SICONF - Simpósio de Contabilidade e Finanças de Dourados

Tamanho da fonte: 
Análise do nível de adoção de Relato Integrado
Rodrigo Bonetti Santos, Elise Soerger Zaro

Última alteração: 2022-11-18

Resumo


A partir da década de 1970 uma série de eventos trouxe visibilidade aos problemas ambientais e sociais, e buscou medidas para alcançar a sustentabilidade. Um desses eventos foi a RIO +20 que resultou em um documento que estimulou as empresas a realizar a integração das informações de sustentabilidade em suas publicações. Em 2010 foi criado o International Integrated Reporting Council – IIRC com objetivo de desenvolver uma nova forma de relatar, e em 2013 o IIRC lançou a estrutura para elaboração do relato integrado, e também um projeto piloto do qual algumas empresas brasileiras aderiram passando a adotar o relato integrado de maneira voluntária. Para ser considerado relato integrado, é necessário seguir a estrutura do IIRC, que estabelece três conceitos fundamentais, sete princípios básicos e oito elementos de conteúdo. Um desses elementos de conteúdo é o da visão geral organizacional que é composta pelo ambiente interno e o externo. Cada elemento de conteúdo corresponde a uma pergunta que a empresa deve responder, e para atender o elemento de conteúdo visão geral organizacional as empresas devem responder à pergunta “o que a organização faz e sob que circunstâncias?” O presente artigo buscou identificar as mudanças nos relatórios de 2013, 2016 e 2020 das empresas brasileiras pioneiras do projeto piloto do IIRC, quanto as características gerais e ao atendimento do elemento de conteúdo visão geral organizacional em seu componente ambiente interno. Para tanto, foi realizada análise de conteúdo de nove relatos integrados de 2016 e nove de 2020 das empresas brasileiras participantes do projeto piloto do IIRC para identificar as características gerais, a divulgação dos elementos de conteúdo e a menção dos capitais nesses dois anos. Em seguida, foi extraído as informações referentes aos relatórios de 2013 apresentadas no estudo de Zaro (2015), e comparados os relatórios de 2013, 2016 e 2020 quanto as características gerais dos relatórios, a divulgação de categorias e a menção dos capitais. Dentre os resultados, foi possível notar um aumento da quantidade média de páginas dos relatórios de 2016 e outro aumento nos de 2020, e o pioneirismo da empresa Natura que foi a única empresa estudada que divulgou relatórios em 2016 com a versão Standards. Quanto as categorias, a menos divulgada pelas empresas em 2013 foi a visão, e em 2016 e 2020 foi a composição acionária. As únicas categorias divulgadas por todas as empresas nos três anos foram a estrutura operacional e as principais atividades. Em relação aos capitais, os mais mencionados, em todas as categorias e nos três anos, foram o capital social e de relacionamento e o capital financeiro, e os menos mencionados foram o capital intelectual e o capital manufaturado. A categoria composição acionária foi a que teve a menor quantidade de menção de capitais nos três anos. Para estudos futuros sugere-se analisar outros elementos de conteúdo para verificar se as empresas estão divulgando todas as informações necessárias para atender os outros elementos de conteúdo.


Texto completo: DOC